Líbano captura líder de grupo que reivindicou atentado contra embaixada do Irão

Majid al-Majid era procurado pelas autoridades sauditas e tinha sido condenado por Beirute a prisão perpétua.

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O atentado de Novembro provocou 25 mortos Hasan Shaaban /Reuters

O Governo libanês anunciou nesta quarta-feira a captura do líder do grupo radical sunita que reivindicou o duplo atentado, em Novembro, contra a embaixada iraniana em Beirute – um de vários incidentes violentos relacionados com o conflito na Síria que abalaram o Líbano no último ano.

“Majid al-Majid foi capturado pelos serviços de informação do Exército”, revelou o ministro da Defesa, Fayez Ghosan, acrescentando que o suspeito, de nacionalidade saudita, “está actualmente a ser interrogado em local secreto”. O responsável não revelou quando, ou onde, foi feita a detenção, mas a televisão al-Manar, propriedade do movimento xiita Hezbollah, adiantou que Majid terá sido preso “recentemente” e associou dois ataques contra postos de controlo do Exército, a 15 de Dezembro, a alegadas tentativas de extremistas para o libertar.

Majid, de 40 anos, era desde Junho de 2012 o líder das Brigadas Abdullah Azzam, grupo jihadista formado em 2009 e activo tanto na Península Arábica como no Líbano onde, após vários disparos de rockets contra Israel, reivindicou o duplo atentado suicida que, a 19 de Novembro, matou 25 pessoas à entrada da embaixada iraniana.  

Incluído na lista de organizações terroristas do Departamento de Estado norte-americano, o grupo adoptou o nome do palestiniano que é considerado o ideólogo da jihad global e mentor de Osama bin Laden – foi, na década de 1980, responsável pelo recrutamento e financiamento de mujahedin para a luta contra as tropas soviéticas no Afeganistão.

Majid, que integra a lista de 85 terroristas mais procurados da Arábia Saudita, tinha já sido condenado à revelia, em 2009, a prisão perpétua por pertença ao Fatah al-Islam. Suspeito de ligações à Al-Qaeda, o grupo esteve envolvido em violentos confrontos com o Exército libanês no campo de refugiados palestinianos de Nahr al-Bared, no Norte do país, de que resultaram mais de 400 mortos.

Muitos dos que sobreviveram refugiaram-se em Ain al-Hilweh, o maior campo de refugiados palestinianos do Líbano, de onde Majid terá partido recentemente para se juntar aos rebeldes (na sua maioria sunitas) que combatem as forças do Presidente sírio, Bashar al-Assad, membro da minoria alauita, um ramo do xiismo.

No comunicado em que reivindicou o ataque contra a embaixada, Abdullah Azzam ameaçava lançar novos ataques no Líbano enquanto as forças do Hezbollah continuarem a combater ao lado de Bashar al-Assad. Exigia também que o Governo libanês libertasse os membros do grupo detidos nas prisões do país.
 
 
 

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