Juncker quer incluir dimensão social nos programas de ajuda externa

“Os efeitos sociais das reformas estruturas têm de ser debatidos em público”, defendeu o candidato à sucessão de Durão Barroso

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"Tenho a experiência para reunir a Europa depois desta crise”, disse Juncker PETER MUHLY/AFP

Jean-Claude Juncker, candidato dos democratas-cristãos europeus (PPE) à sucessão de Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia, quer que os futuros programas de ajuda externa aos países em dificuldades financeiras não se centrem unicamente na consolidação orçamental mas passem igualmente a ter em conta o impacto social das condições impostas.

Para o veterano dos líderes da UE – quase 19 anos primeiro ministro do Luxemburgo – é preciso “reequilibrar” a forma como é concedida a ajuda externa e são definidas as condições de ajustamento económico e financeiro associadas, de forma a que em paralelo com o objectivo da sustentabilidade orçamental, seja também tido em conta o respectivo impacto social.

“Os efeitos sociais das reformas estruturas têm de ser debatidos em público”, defendeu, considerando que “não é compatível com a economia social de mercado (defendida pelo PPE) que numa crise, os armadores e os especuladores continuem cada vez mais ricos enquanto que os pensionistas deixam de poder pagar as suas necessidades diárias”. Esta questão deverá ser enfrentada com o desenvolvimento de uma “capacidade orçamental” (um orçamento específico) da zona euro para, se necessário, absorver este tipo de choques, defendeu ainda.

Se for o próximo presidente da Comissão – o que será o caso se os partidos do PPE (que incluem o PSD e o CDS) forem os mais votados nas eleições europeias de 22 a 25 de Maio – Juncker garantiu que trabalhará “dia e noite para fazer a Europa sair da crise”. O que,  frisou, inclui “garantir que os europeus, sobretudo os jovens, obtém um emprego decente” e “cicatrizar as feridas que a crise infligiu aos nossos cidadãos e ao nosso continente nos últimos anos”.

“A crise dividiu a Europa, o Norte contra o Sul, o Leste contra o Oeste. E ainda por cima (dividiu-a) entre  um campo de ‘austeridade’ contra um campo de ‘crescimento’”, lamentou. “Estou convencido de que tenho a experiência para reunir a Europa depois desta crise” e para fazer com que “seja aceite tanto na Alemanha como na Grécia, e em todos os outros países da UE”.

 

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