Juízes de Minas Gerais vão decidir se Lula da Silva está ou não envolvido no Mensalão

O ex-Presidente foi acusado por um empresário que fazia parte do esquema de também ter subornado deputados e de ter pago contas pessoais com dinheiro público.

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FABRICE COFFRINI/AFP

O procurador geral do Brasil ordenou, na quinta-feira à noite, que o Ministério Público do estado de Minas Gerais investigue as acusações de que o ex-Presidente Lula da Silva beneficiou com o esquema de corrupção conhecido por Mensalão.

O empresário Marcos Valério acusara Lula da Silva de ter participado no esquema de corrupção e o procurador-geral, Roberto Gurgel, decidiu que deve haver uma investigação em primeira instância.

Lula já não beneficia de imunidade por ter deixado de ser chefe de Estado. E se até aqui o seu nome tinha sido mantido à margem das acusações, por "falta de provas" - como concluira o juiz do Mensalão, Joaquim Barbosa -, a sua actividade e relações com os envolvidos e já julgados e condenados vai ser agora investigada em Minas Gerais, que é o estado onde ainda continuam a ser julgados processos relacionados com o escândalo.

Mensalão é o nome de um caso de corrupção de grandes dimensões em que deputados eram pagos, mensalmente e por baixo da mesa, para votarem de determinada forma. Eram votos pagos, portanto.

Já houve condenações, sendo a mais mediática a de José Dirceu, que foi chefe da Casa Civil de Lula e que foi considerado o coordenador deste esquema ilegal de pagamentos. Foi condenado a dez anos de prisão.

O empresário Marcos Valério acusou Lula da Silva de ter sido responsável por um dos últimos episódios do Mensalão, ao subornar deputados para assegurar alguma maiorias no Parlamento. Disse ainda - citado pela revista Veja e pelo Estadão (a edição online do O Estado de São Paulo) que Lula beneficiou deste dinheiro, cuja proveniência era diversa. Em parte vinha de doações ilegais de empresas com interesses nas votações, paga através de contas pessoais com dinheiros públicos.

Marcos Valério foi condenado a 40 anos de prisão e, nas primeiras declarações que fez, "ilibou" Lula da Silva. Depois de conhecer a sentença, o empresário lançou as acusações contra Lula da Silva. Roberto Gurgel disse, na altura, que quando o processo do Mensalão estivesse concluído averiguaria, então, as acusações contra o ex-Presidente. Foi o que fez, passando o caso aos juízes de Minas Gerais.

 
 

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