João XXIII e João Paulo II já são santos

Francisco presidiu à cerimónia de canonização que reuniu mais de um milhão de pessoas na Praça de São Pedro.

Fotogaleria
A cerimónia de canonização começou às 9h, em Portugal AFP
Fotogaleria
Presidiu à missa de canonização o Papa Francisco AFP
Fotogaleria
O Papa Emérito Bento XVI marcou presença na celebração Reuters
Fotogaleria
No momento em que Francisco recita a fórmula longa da oração em latim AFP
Fotogaleria
Floribeth Mora que diz ter sido curado por João Paulo II com as relíquias do Papa, umas gotas de sangue AFP
Fotogaleria
Um padre apresenta a Francisco as relíquias de João XXIII, um pedaço de pele AFP
Fotogaleria
Na cerimónia estiveram 61 delegações oficiais AFP
Fotogaleria
Mais de um milhão de fiéis aplaudiram as canonizações Reuters

O Papa Francisco fez santos, na manhã deste domingo, na Praça de São Pedro, os Papas João XXIII e João Paulo II, diante de cerca de 800 mil fiéis de todo o mundo.

Depois de o chefe da Igreja Católica ter recitado a fórmula em latim para a santificação dos dois papas do século XX, a multidão aplaudiu entusiasticamente, ao mesmo tempo que os sinos tocavam em todas as igrejas de Roma.

A cerimónia começou com a oração das laudes, com a presença de Francisco e de Bento XVI, o Papa Emérito. Foi um momento inédito nos 2000 mil anos de História da Igreja, esta dupla canonização na presença de dois papas. O Papa Emérito, de branco e com a mitra na cabeça, tomou o seu lugar à esquerda do altar para não criar confusão com o Papa reinante. Este antigo colaborador de João Paulo II foi longamente aplaudido pela multidão na Praça de São Pedro, onde estavam muitos fiéis polacos.

Depois da oração das laudes, o cardeal Angelo Amato, perfeito para a Causa dos Santos – a instituição da Santa Sé responsável pelos processos de beatificação e canonização –, fez três perguntas a Francisco, tal como está previsto na liturgia para estes dias. "Santo Padre, a Santa Igreja confiante nas promessas do Senhor de enviar o Seu espírito de verdade, que em todas as épocas a preservou do errou do magistério supremo, com força implora a Vossa Santidade que gentilmente inclua estes filhos eleitos no catálogo dos santos", disse o consagrado.

Ao que o Sumo Pontífice respondeu com a fórmula longa, em latim, para a canonização do Papa polaco, Karol Wotjila – que esteve à frente dos destinos da Igreja entre 1978 e 2005 –, e do italiano Angelo Giuseppe Roncalli com um pontificado bem mais curto, de 1958 a 1963, mas que foi responsável pelo Concílio Vaticano II.  "Declaramos e determinamos santos os abençoados João XXIII e João Paulo II, e inscrevemo-los no catálogo dos santos e estabelecemos que em toda a Igreja eles sejam devotamente honrados entre os santos", disse Francisco que disse as palavras em latim debaixo dos retratos de Angelo Roncalli e Karol Wojtyla, que estavam na fachada da Basílica de São Pedro.  

Homília curta de elogio
Na missa, durante uma homília curta, Francisco fez referência a “dois homens corajosos”. “Padres, bispos, Papas do século XX, eles conheceram a tragédia, mas não vacilaram. Neles, Deus foi mais forte. Neles, a misericórdia de Deus era maior”, disse, acrescentando que eram dois homens “contemplativos das feridas de Cristo e testemunhas da Sua misericórdia”. Por isso, mantiveram “viva a esperança com uma alegria indizível e gloriosa”.

Sobre o Papa polaco, Francisco defendeu que este era um “Papa da família”. Aliás, foi Wotjila que o disse, um dia, que queria ser recordado como o “Papa da família”, lembrou, acrescentando que a Igreja está, actualmente, a preparar sínodos com os bispos e com as comunidades, cujo tema é a família, para este ano e para o próximo.

O Papa Bergoglio evocou ainda “a primeira comunidade de crentes de Jerusalém”, aquela que “vivia o essencial do Evangelho, ou seja, no amor, na misercórdia, na simplicidade e na fraternidade”. Para ele, os dois Papas agora canonizados ajudaram a “restaurar e actualizar a Igreja segundo as suas origens”, nomeadamente com o Concílio Vaticano II, convocado por João XXIII e que se realizou entre 1962 e 1965.

Quando propôs o Concílio, o Papa italiano mostrou uma “delicada docilidade ao Espírito Santo, deixando-se conduzir por Ele e foi, para a Igreja, um pastor, um guia. Esse foi um grande serviço que prestou à Igreja”, concluiu. 

Segundo a AFP, na cerimónia estiveram 98 delegações oficiais, 24 chefes de Estado e dezenas de ministros, entre eles, Rui Machete, ministro dos Negócios Estrangeiros português, o rei de Espanha e o Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe.

Sugerir correcção
Comentar