Jihadistas exigiram 100 milhões de euros pela libertação de Foley

Uma semana antes da execução, sequestradores voltaram a contactar a família para lhe anunciar que o jornalista iria ser executado.

Foto
James Foley, em 2011 Reuters

O Estado Islâmico exigiu um resgate de 100 milhões de euros pela libertação de James Foley, o jornalista norte-americano que os jihadistas acabaram por executar em retaliação pelos bombardeamentos norte-americanos contra as suas posições no Norte do Iraque.

A informação foi avançada por Phil Balboni, presidente do jornal online GlobalPost para o qual Foley trabalhava quando desapareceu no Noroeste da Síria, em Novembro de 2012. Segundo o responsável, o pedido de resgate foi feito num email enviado um ano mais tarde para a família, no qual se apresentavam provas de que o jornalista estava vivo.

Os 100 milhões de euros pedidos em troca do jornalista superam o  total de dinheiro arrecadado pelos vários grupos jihadistas nos últimos seis anos, segundo um cálculo feito por uma investigação publicada em Julho pelo New York Times.

Balboni, envolvido nos esforços para libertar o jornalista, adiantou que os contactos foram breves – “houve muito poucas mensagens”, “eles não eram muito loquazes” – e depois disso os sequestradores deixaram de comunicar.

O silêncio só foi quebrado na noite do passado dia 13, quando a família recebeu a informação de que Foley iria ser executado em retaliação pelos ataques aéreos ordenados, seis dias antes, por Obama contra posições jihadistas no Norte do Iraque. A informação foi passada ao Governo e o FBI, responsável pela investigação de sequestros de cidadãos americanos, ajudou a família a escrever uma resposta. “Era um pedido de clemência. Uma declaração de que o Jim era um jornalista inocente”, explicou Balboni, em declarações à agência Reuters.

A informação surge já depois de a Administração norte-americana ter revelado que, há algumas semanas, as forças especiais dos EUA entraram na Síria para tentar resgatar o jornalista e outros norte-americanos nas mãos dos radicais, apenas para descobrir que os reféns não se encontravam no local previsto.

Num briefing quarta-feira à noite, a Casa Branca afirmou que na decisão do Presidente pesou a informação de que “estes reféns estavam em risco a cada dia que passava”. Uma convicção ligada ao facto de quer os EUA quer o Reino Unido recusarem pagar pela libertação dos seus cidadãos – um negócio que se tornou a principal fonte de rendimento dos movimentos jihadistas – e de desincentivarem as famílias a fazê-lo.

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