Jean-François Copé é o novo líder da direita francesa

Acabou o impasse nas eleições primárias da UMP, após a recontagem de votos entre os dois candidatos: Jean-François Copé é o novo presidente do principal partido da direita francesa, com 50,03%.

O resultado foi anunciado ao fim da noite de segunda-feira pela comissão interna nomeada para gerir a contestação dos resultados iniciais da votação, que opôs Jean-François Copé e o ex-primeiro-ministro François Fillon.

Segundo os dados citados pela agência AFP, Copé teve 87.388 votos, apenas mais 98 votos do que Fillon.

“Telefonei a François Fillon e propus-lhe que se junte a mim”, disse o novo líder da União por um Movimento Popular na reacção à vitória sobre François Fillon, o candidato favorito segundo as sondagens.

“Foi definida uma linha política”, disse ainda Copé, numa referência à sua campanha com vista a uma “direita descomplexada”, de oposição ao Presidente socialista François Hollande e de contenção à extrema-direita da Frente Nacional.

Discurso de Jean-François Copé

Um empate técnico levou à recontagem dos votos das eleições primárias da UMP realizadas no domingo. Um processo que se arrastou ao longo desta segunda-feira.

Acima desta "batalha campal", Allain Juppé, uma das figuras históricas do partido, entrou em cena para apelar ao "fim dos ataques" e para dizer que o que está em causa "é a própria existência da UMP".

Juppé denunciou uma "situação lamentável" criada pelos campos adversários de Copé, actual secretário-geral do partido, e Fillon, antigo primeiro-ministro, que se acusaram um ao outro de fraudes variadas e golpes baixos durante a campanha e no dia da votação das primeiras eleições primárias realizadas pela UMP. 

"Ao longo de toda a campanha, tratou-se menos do futuro da UMP e mais do futuro dos dois protagonistas obcecados pela corrida presidencial de 2017", criticou o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e fundador do partido, sem nunca nomear os dois adversários.

Cerca de 300 mil militantes foram chamados a escolher um novo líder para os próximos três anos, um cargo crucial para ficar bem posicionado para as próximas presidenciais. A participação eleitoral terá ultrapassado os 50%.

Copé denunciou "grandes fraudes". E deu um exemplo: "Havia mais boletins nas urnas do que assinaturas de eleitores" em assembleias de voto controladas por "amigos" de François Fillon.

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