Já são mais de 1500 os mortos pela vaga de calor na Índia

Estados de Telangana e Andhra Pradesh são os mais afectados por temperaturas acima dos 45 graus. Médicos estão impedidos de folgar.

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Autoridades aconselham população a beber muita água e a manter-se hidratada SAJJAD HUSSAIN/AFP

A vaga de calor que chegou à Índia em Abril continua a fazer vítimas mortais, tendo atingido temperaturas máximas próximas dos 48 graus Celsius em algumas regiões, durante a última semana. A morte a mais de 1500 pessoas e o crescente número de doentes que acorrem aos hospitais levaram as autoridades indianas a proibirem os médicos de folgar ou tirar férias.

As populações esperam a todo o momento a chegada das monções, prevista para o princípio do mês de Junho.

É no Sudeste do subcontinente indiano, nos estados de Telangana e Andhra Pradesh, que se registam os números mais dramáticos de mortos, por desidratação extrema ou insolação. No primeiro contaram-se mais de 1000 mortes e no segundo cerca de 260, somente na última semana.

“As condições trazidas pela vaga de calor continuarão em Telangana e Andhra Pradesh, com temperaturas entre os 42º e os 45º”, informou Y.K. Reddy, do departamento de meteorologia da capital conjunta dos dois estados, Hyderabad, à televisão britânica BBC. Acrescentou que se espera que "as temperaturas voltem ao normal no final da semana”.

As ordens extraordinárias dadas aos médicos vêm ao encontro do estado de alerta decretado em praticamente todos os hospitais das regiões afectadas pelo calor, onde, esta semana, têm acorrido milhares de pessoas vítimas do sol, o que provocou a sua sobrelotação. "Os hospitais estão sobrelotados com vítimas do calor”, disse o presidente da Associação de Médicos de Nova Deli, citado pela agência AFP, acrescentando que os pacientes se queixam de “intensas dores de cabeça”,” tonturas” e alguns mostram mesmo “sinais de delírio”.

As autoridades estão a aconselhar a população a beber muita água e a manter-se hidratada, tendo criado pontos de distribuição de água potável em algumas cidades. Para além disso, também se recomenda às pessoas que se mantenham em casa, principalmente entre as 11 e as 16 horas, altura em que as temperaturas têm batido recordes de várias décadas.

Esta última sugestão tem sido difícil de cumprir por parte de alguns grupos da população, uma vez que na Índia há milhões de sem-abrigo, que não têm um local para se protegerem do calor. Centros comerciais e estações de metro são uma opção, mas estão totalmente lotados por estes dias.

Para os mais pobres, “ficar em casa” não é uma possibilidade, por terem de trabalhar para sobreviver, situação que lhes aumenta os riscos de insolação ou desidratação. Um comerciante local, citado pela agência Reuters perguntava-se: “Se ficar em casa, como vou ganhar dinheiro?”.

A época das monções começa oficialmente em Junho e as previsões apontam mesmo para a chegada das primeiras chuvas ao Sul da Índia por volta dessa data.

Espera-se que a precipitação baixe as temperaturas, mas ela deverá demorar algumas semanas a chegar ao Norte. Esta previsão tem levado as autoridades indianas a temer que algumas regiões sejam atingidas por uma situação de seca, antes da chegada das chuvas.<_o3a_p>

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