Israel retoma pagamento de impostos à Autoridade Palestiniana

Transferências estavam bloqueadas desde Dezembro, depois de a Palestina ter sido reconhecida como Estado observador da ONU.

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Barack Obama visitou Israel na semana passada Jason Reed/Reuters

O Governo de Israel vai retomar as transferências de impostos devidos à Autoridade Palestiniana, após uma suspensão decretada em Dezembro do ano passado.

O congelamento das transferências foi aprovado pelo executivo de Benjamin Netanyahu em Dezembro, dias depois de as Nações Unidas terem conferido à Palestina o estatuto de Estado observador.

Desde então, a transferência dos valores resultantes dos impostos tem sido avaliada mensalmente, mas a decisão anunciada esta segunda-feira, avançada pelo jornal Jerusalem Post, vem regularizar a situação.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro de Israel recebeu a visita do Presidente norte-americano, Barack Obama, que reafirmou "a eterna aliança" entre Israel e os EUA. "Vejo esta visita como uma oportunidade para reafirmar a ligação inquebrável entre as nossas nações, para declarar o firme compromisso da América com a segurança de Israel e para falar directamente ao povo de Israel e aos seus vizinhos", afirmou Obama.

No dia seguinte, no final de uma reunião com Mahmmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana, Obama criticou a política de colonatos de Israel, "que impede a paz de avançar". "A possibilidade de uma solução de dois Estados, Israel e Palestina, continua a existir", afirmou.

Os encontros de Barack Obama e do seu secretário de Estado, John Kerry, com os líderes israelita e palestiniano são vistos como a origem da decisão de desbloquear o pagamento de impostos à Autoridade Palestiniana. Na sua visita a Israel, Obama disse que espera ver "passos dados por palestinianos e israelitas para construir uma confiança que possa levar a uma paz duradoura".

O Fundo Monetário Internacional alertou este mês que a situação financeira da Autoridade Palestiniana é "cada vez mais precária", devido a vários problemas, entre os quais a redução da ajuda externa – no fim-de-semana, os EUA anunciaram que vão libertar um pacote de 500 milhões de dólares que estava congelado.

O anúncio da devolução dos impostos por Israel poderá ajudar a pagar uma parte dos salários em atraso aos 160 mil funcionários públicos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, mas nada fará para resolver a situação dramática traçado pelo FMI: "Se nada for feito, as tendências actuais vão levar muita gente a questionar a legitimidade da Autoridade Palestiniana e minar a sua capacidade para governar com eficácia", lê-se num relatório divulgado no dia 19.

 
 
 

 
 
 
 

 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 

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