Israel retalia contra acção da União Europeia em relação a colonatos

Bruxelas suspendeu apoios a instituições de colonatos em território ocupado

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Colonato judaico perto de Ramallah Ronen Zvulun/Reuters

Israel não escondeu o desagrado com uma medida da União Europeia (UE) que exclui os colonatos judaicos de todos os apoios a instituições israelitas (bolsas, etc). Agora, respondeu dizendo que “congelou projectos, cancelou reuniões, diminuiu a cooperação e autorizações para operações da Europa”, na chamada área C (cerca de 60% da Cisjordânia, sujeita a administração israelita), segundo o gabinete do ministro da Defesa, Moshe Yaalon, do Likud, partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

“A UE está preocupada por relatos nos media de que o Ministério da Defesa anunciou uma série de restrições afectando as actividades de apoio ao povo palestiniano da UE”, disse uma porta-voz da responsável da política externa Catherine Ashton. “Não recebemos nenhuma comunicação oficial das autoridades israelitas”, acrescentou. “Estamos a procurar esclarecimentos.”

Na semana passada, Bruxelas decidiu publicar linhas de orientação para colaborar com Israel que prevêm uma cláusula explícita que exclua quaisquer instituições de colonatos em território ocupado (incluindo não só a Cisjordânia mas também os Montes Golã, anexados depois de ocupados) de qualquer acordo, para que não seja possível que estas beneficiem da canalização de fundos, bolsas, prémios ou equivalentes.

As consequências desta acção são mínimas, dizem líderes dos colonos – não havia muito dinheiro europeu a ser canalizado para as instituições universitárias dos colonatos. Mas muitos em Israel preocupam-se com o facto de que este possa ser o primeiro passo numa onda de sanções mais alargada por causa da presença dos colonatos judaicos em território palestiniano ocupado.

Esta presença é considerada ilegal pela lei internacional (o que Israel contesta), mas esta posição não tem trazido consequências concretas (com uma excepção simbólica para Jerusalém, que Israel considera a sua capital mas mais nenhum país do mundo a reconhece como tal; uma consequência é por exemplo os cidadãos dos EUA que nasçam na cidade não poderem ter no passaporte Israel como país de origem).

Assim Israel teme que de sanções quase insignificantes e restritas aos colonatos se possa passar para sanções cada vez mais fortes e agrangentes.

Enquanto isso, espera-se que na próxima semana se juntem responsáveis israelitas e palestinianos em Washingon para um possível recomeço das conversações de paz, num ambiente para já de grande cepticismo. 

 

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