Pelo menos 65 estudantes, professores e funcionários da universidade de Al-Mustansiriya, em Bagdad, morreram esta tarde em duas explosões ocorridas junto ao edifício. Outras 138 pessoas morreram nos atentados.

As informações são ainda contraditórias sobre o que terá causado a explosão, ocorrida cerca das 15h35 locais (12h35 em Lisboa). Agentes da polícia contactadas pela AP dizem que as bombas teriam sido colocadas debaixo de dois mini-autocarros que esperavam os alunos junto à universidade, no centro da cidade.

Um responsável das forças de segurança, citado pela AFP, atribuiu a primeira explosão a um bombista-suicida que detonou os explosivos numa das entradas laterais da universidade. Alguns instantes depois, um carro armadilhado explodiu junto à entrada principal, a poucos metros de distância.

Os serviços de emergência contabilizaram, até ao momento, 65 mortos e 138 feridos, muitos dos quais transferidos para os hospitais da zona em estado grave.

Frente ao pátio da universidade, dezenas de automóveis e alguns autocarros foram destruídos pelas explosões, que partiram janelas e montras de lojas a vários metros de distância.

Um jornalista da AFP que se deslocou ao local pouco depois da explosão relata dezenas de corpos, muitos desmembrados e outros calcinados, espalhados pela zona. Pouco depois, a polícia começou a carregar os corpos das vítimas em três camiões chamados ao local.

Este foi o quarto atentado a abalar Bagdad desde o final da manhã. Quinze pessoas morreram na explosão de dois engenhos artesanais em pleno centro da cidade e outros quatro na detonação de uma bomba a bordo de um autocarro em Sadr City, o principal subúrbio xiita de Bagdad.

Menos de uma hora depois do atentado na Universidade de al- Mustansiriya, homens armados que se faziam transportar numa carrinha e em duas motorizadas abriram fogo contra um mercado num bairro xiita das imediações. Pelo menos 11 pessoas morreram e cinco ficaram feridos no ataque.

Esta onda de violência, após várias semanas sem que Bagdad tivesse sido palco de um atentado de grande dimensão, ocorre numa altura em que as forças de segurança iraquianas e norte-americanas se preparam para desencadear um novo plano de segurança para a capital. O plano da responsabilidade do Governo vai contar com o apoio de mais 17.500 soldados que os EUA vão enviar para a região.

Um relatório das Nações Unidas divulgado hoje estima que mais de 34 mil civis iraquianos tenham sido mortos no ano passado no país, o que equivale a uma média de 94 vítimas por dia.