Irão pede prolongamento do prazo das negociações do nuclear

Ministro dos Negócios Estrangeiros fala em progressos que sustentam o alargamento do prazo - que termina dia 20 - para se chegar a um acordo.

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John Kerry vai a Washington ouvir a decisão de Obama Reuters

O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Zarif, recomendou esta terça-feira o alargamento do prazo para se chegar a um acordo sobre as actividades nucleares de Teerão, estipulado para 20 de Julho.

“Já fizemos progressos suficientes para podermos dizer aos nossos chefes políticos que este é um processo que vale a pena continuar”, disse Zarif numa conferência de imprensa em Viena, pouco depois de se ter reunido com o secretário de Estado americano, John Kerry. “Esta é a minha recomendação. E estou seguro que o sr. Kerry fará a mesma coisa”.

Zari sublinhou que o objectivo das negociações - que prosseguem em Viena após a partida dos chefes da diplomacia, que chegaram a Viena no domingo - continua a ser o cumprimento da data de 20 de Julho. Não disse que progressos foram feitos e que poderão sustentar o prolongamento da data.

“Volto para Washington para discutir com o Presidente [Barak] Obama e com os líderes do Congresso as perspectivas de se chegar a um acordo global e para vermos qual é a próxima etapa a partir de 20 de Julho”, disse Kerry, abrindo a porta ao prolongamento. "Apesar de termos conseguido progressos tangíveis continuamos com profundas divergências", afirmou. “A questão neste momento é sabermos se as negociações precisam de mais tempo ou não".

Os iranianos e as grandes potências (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha) tentam chegar a um acordo histórico sobre o programa nuclear iraniano, que envenena as relações internacionais e deixaram Teerão isolado. A data de 20 de Julho surgiu como marco para um acordo que ponha fim às sanções económicas que estrangulam a economia iraniana.

O Irão argumenta que o seu programa nuclear tem como único fim a produção de energia e a investigação médica, mas muitos países temem que sirva também para reforçar a sua capacidade militar. 

No início desta ronda de negociações, Kerry disse que ainda havia "diferenças significativas" entre a posição de Teerão e a dos seis países representados na discussão. Por causa delas, fontes diplomáticas e analistas disseram que poderia ser necessário alargaro prazo, prolongando as negociações - em Março já tinha sido levantada a hipótese de as negociações poderem continuar até Novembro. Mas, sublinharam, os americanos só iriam aceitar essa possibilidade se, em Viena, surgissem sinais claros de progressos. 

Em Novembro de 2013, foi alcançado um acordo promissor que definiu um plano de acção para seis meses que começou a ser aplicado a 20 de Janeiro. Esse compromisso previa o congelamento de algumas actividades nucleares iranianas - designadamente a suspensão parcial do processo de enriquecimento de urânio - a troco de um alívio das sanções internacionais à sua economia. O objectivo seguinte é transformar esse plano provisório num compromisso permanente.

 

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