As armas químicas que o poder sírio é acusado de ter utilizado no dia 21 de Agosto são "um pretexto" para atacar a Síria, disse esta quinta-feira o guia supremo iraniano, o ayatollah Ali Khamenei.

Os Estados Unidos e os seus aliados "utilizam a arma química como pretexto" e "jogam com as palavras para fingir que querem intervir por questões humanitárias", disse o líder iraniano. "Os EUA enganam-se sobre a Síria e vão certamente sofrer (…) tal como no Iraque e no Afeganistão".

Khamenei, que falava perante os membros da assembleia de peritos – um órgão consultivo do regime iraniano –, sublinhou que "ninguém acredita nos EUA quando eles evocam questões humanitárias" para justificar uma acção militar na Síria. Porque, insistiu, ninguém acredita nesse argumento vindo de um país que tem "a experiência de Guantánamo ou da prisão de Abu Grahib [no Iraque]" e que esteve "em silêncio quando Saddam Hussein utilizou armas químicas em Halabja [cinco mil mortos no Curdistão iraquiano] e contra aldeias iranianas".

O Irão é o principal aliado regional da Síria e irá "apoiar a Síria até ao fim", disse, por seu lado, citado na imprensa iraniana, o chefe da Força Qods, uma unidade de elite das forças armadas iraniana, Ghassem Soleimani. E explicitou o argumento martelado por Khamenei: "Os EUA não querem proteger os direitos humanos na Síria. O seu objectivo é destruir a frente de resistência [face a Israel]."