Infanta Cristina apresentou recurso contra acusações do “caso Nóos”

Irmã do rei de Espanha pode responder em tribunal por crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais,

Foto
Cristina diz que desconhecia actividades alegadamente ilícitas do seu marido JOSEP LAGO/AFP

A infanta Cristina, irmã do rei de Espanha, Felipe VI, apresentou esta quarta-feira um recurso contra a manutenção da acusação por fraude fiscal e branqueamento de capitais, pronunciada no dia 25 de Junho e que a poderá levá-la a um julgamento inédito.

“A defesa da infanta Cristina apresentou um recurso de apelo” contra a decisão do juiz José Castro, responsável pelo processo, anunciou o tribunal superior de justiça das Ilhas Baleares. O recurso foi entregue na Audiência de Palma de Maiorca, nas Baleares, uma instância judiciária superior.

O advogado da infanta, Miquel Roca, refirmou a convicção na inocência da filha mais nova de Juan Carlos, que abdicou no dia 19 de Junho a favor do seu filho. “Não se trata de uma questão de optimismo ou de pessimismo. Trata-se de ter a certeza absoluta da inocência da nossa cliente”, afirmou Roca aos jornalistas à saída do seu escritório em Barcelona. “Estamos convencidos que a Audiência [de Palma] vai pronunciar-se a favor daquilo que consideramos justo.”

No dia 25 de Junho, José Castro deu por terminada a fase de instrução, que durava há quatro anos, do “caso Nóos”, um escândalo de corrupção em que um total de 16 pessoas foram formalmente acusadas e estão em condições de serem julgadas. Entre estas, está Iñaki Urdangarin, marido de Cristina, suspeito de ter desviado 6.1 milhões de euros de dinheiros públicos através do Instituto Nóos, uma sociedade sem fins lucrativos à qual presidiu entre 2003 e 2006, que celebrou contratos com várias empresas públicas das Baleares e de Valência.

Muito desse dinheiro foi depois desviado para a Aizoon, uma sociedade detida em partes iguais por Urdangarin e a sua mulher. Cristina, de 49 anos, foi acusada de fraude fiscal e branqueamento de capitais por ter, segundo o juiz, de ter cooperado « activamente » com o seu marido, utilizando para fins pessoais parte do dinheiro desviado.

A infanta baseou a sua defesa no facto de que ignorava todas as actividades alegadamente ilícitas do marido, Quando foi interrogada pela justiça no dia 8 de Fevereiro no âmbito do “caso Nóos” respondeu 182 vezes “não sei”, 55 “não me lembro” e 52 “desconheço”.

Sugerir correcção
Comentar