O Centro de Alerta de Tsunamis para o Pacífico levantou o alerta de tsunami na zona do Oceano Índico cerca de duas horas e meia depois do sismo de 8,6 na escala de Richter, com epicentro a 500 quilómetros da costa Oeste de Samatra.

“Os níveis da água do mar observados indicam, neste momento, que a ameaça [de tsunami] diminuiu na maior parte das zonas sob vigilância e o alerta de tsunami que o centro emitiu foi levantado”, avança o organismo em comunicado, depois de inicialmente ter indicado como zonas de maior risco a Indonésia, Índia, Tailândia, Paquistão, Somália, Madagáscar e África do Sul.

As ondas que chegaram entretanto à costa da ilha indonésia de Samatra são de pequenas dimensões e não representam perigo para a população mas as autoridades continuam a tentar verificar se se registaram danos ou vítimas após o primeiro abalo e as réplicas.

Poucas horas depois do sismo de 8,6, o Serviço Geológico norte-americano (USGS, sigla em inglês) registou quatro réplicas, a maior das quais com magnitude de 8,2 na escala de Richter. Estes abalos levaram as autoridades a manter o alerta de tsunami no Oceano Índico, agora levantado.

A réplica de 8,2 foi registada às 11h43 (hora de Portugal), com epicentro a 617 quilómetros de distância de Banda Aceh, na ilha de Samatra. O sismo ocorreu a 16 quilómetros de profundidade, segundo o USGS.

Ainda não são claras as consequências dos sismos. O Centro de Alerta de Tsunamis para o Pacífico, dependente da agência norte-americana para os Oceanos e Atmosfera (NOAA), refere que as estações de medição do nível do mar na região registaram a ocorrência de um tsunami, ou seja, uma série de ondas que teriam alturas entre os três e os 31 centímetros.

Testemunhas ouvidas pela agência Reuters dão conta de que, na ilha de Simeulue - a mais próxima do epicentro do sismo -, a água do mar recuou cerca de dez metros.

O sismo inicial ocorreu às 16h38 (locais, menos sete horas em Portugal continental), com epicentro a 495 quilómetros de distância da cidade de Banda Aceh, na ponta Norte da ilha de Samatra. Segundo os Serviços Geológicos norte-americanos (USGS, sigla em inglês), o sismo ocorreu a uma profundidade, no interior da crosta terrestre, de 22,9 quilómetros.

"Sismos desta dimensão têm o potencial de gerar um tsunami destrutivo que pode afectar as zonas costeiras ao longo de toda a bacia do Oceano Índico", segundo uma nota informativa do Centro de Alerta de Tsunamis.

O aeroporto da ilha tailandesa da Phuket foi encerrado, depois do alerta de tsunami. O abalo foi sentido em cidades mais distantes, como Banguecoque, na Tailândia, e no Sul da Índia, relata a Reuters. Na cidade indiana de Bangalore, centenas de pessoas abandonaram os edifícios onde trabalhavam. De acordo com o Centro de Alerta de Tsunamis da Índia, são esperadas ondas até seis metros em algumas zonas da costa.

Banguecoque ordenou a evacuação das zonas litorais em seis províncias. "As pessoas que vivem na costa devem procurar zonas mais elevadas e ficar o mais longe possível do mar", indica o centro tailandês de gestão de catástrofes, citado pela agência AFP.

A mesma medida foi seguida pelo Sri Lanka, que também ordenou à população nas zonas costeiras para se refugiar em locais do interior do território. Segundo a agência AFP, milhares de habitantes de Trincomalee, no litoral, fugiram das suas casas. A circulação ferroviária nessa região foi suspensa.

Em Portugal, o sismo foi detectado em todas as estações da rede sísmica nacional, tendo as primeiras ondas sido registadas às 9h52, segundo o Instituto de Meteorologia que está a "acompanhar a evolução desta situação".

Este sismo, nesta região do planeta, torna difícil não lembrar o abalo, mais ou menos na mesma área, que matou um total de 230.000 pessoas em 13 países, a 26 de Dezembro de 2004. Esse sismo teve uma magnitude de 9,1 e ocorreu a uma profundidade de 30 quilómetros.

Já a 10 de Janeiro deste ano, as autoridades indonésias lançaram um alerta de tsunami depois de um sismo de 7,3 na escala de Richter, registado a 423 quilómetros de Banda Aceh. O alerta foi levantado duas horas depois.