Homem que se introduziu na Casa Branca tinha mais de 800 balas no carro

Qualidade da segurança prestada pelos Serviços Secretos questionada.

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Barack Obama não estava em casa quando Gonzalez se introduziu na Casa Branca Kevin Lamarque/REUTERS

Um veterano da guerra do Iraque que escalou uma vedação e se introduziu na Casa Branca na sexta-feira passada tinha mais de 800 balas no carro e tinha já sido detido em Julho, com uma espingarda de atirador furtivo e um mapa onde estava assinalada a residência do Presidente dos Estados Unidos, revelou o procurador federal do tribunal de Washington onde está a ser processado o caso.

Em Agosto, Omar Gonzalez, de 42 anos e condecorado pela sua acção na guerra no Iraque, tinha sido parado quando estava a passar pela Casa Branca com uma machadinha presa ao cinto, disse ainda o promotor público.

Gonzalez pode ser acusado de "entrar num edifício de acesso restrito com uma arma mortal ou perigosa”, já que levava uma faca consigo. Enfrenta uma pena que pode ir até dez anos de prisão. O ex-soldado autorizou que o seu carro fosse revistado, depois de ter sido preso. Além das munições, tinha na mala duas machadinhas, um machete e outras armas de fogo.

Segundo os jornais The New York Times e o Washington Post, Gonzalez terá dito aos seguranças de Barack Obama que sentia que a “atmosfera está colapsar” e precisava de transmitir isso ao Presidente.  

O procurador considerou que este homem “representa um perigo para o Presidente”, e não deve ser libertado enquanto aguarda julgamento. O juiz concordou.

Barack Obama não estava em casa quando Gonzalez se introduziu na Casa Branca, diz a Reuters, mas este incidente reacendeu as interrogações sobre a qualidade da segurança garantida pelos serviços secretos. Por isso, foi iniciada uma revisão dos protocolos – e foi durante essa avaliação que foram identificadas as anteriores interacções do ex-soldado com a segurança da Casa Branca.

Mas Obama saudou o trabalho dos agentes dos serviços secretos que o protegem, e "os sacrifícios que fazem para o proteger a ele e à sua família", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

Não é a primeira vez que se levantam dúvidas sobre a qualidade da protecção prestada pelos serviços secretos à Casa Branca. Em 2009, por exemplo, um casal conseguiu infiltrar-se num jantar sem ter sido convidado. Têm sido estudadas medidas para expandir a zona de segurança e garantir que turistas e outras pessoas não chegam a zonas onde não deveriam chegar. Não é incomum que alguém tente saltar uma vedação para entrar na Casa Branca. No mês passado, até uma criança conseguiu ultrapassar os portões da residência oficial do Presidente dos EUA.

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