Há três milhões de refugiados da guerra na Síria

Metade dos sírios teve de fugir já das suas casas.

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Refugiados sírios num centro de registro da ONU no Lìbano JOSEPH EID/REUTERS

Há três milhões de refugiados da guerra na Síria nos países vizinhos. O número foi atingido nesta sexta-feira, e há mais um milhão de pessoas que fugiram da guerra no seu país, em relação aos valores do ano passado, anunciou a Agência para os Refugiados das Nações Unidas.

Este êxodo, por causa do conflito que se iniciou em Março de 2011 e que já obrigou metade da população síria a abandonar as suas casas – no interior do país, há mais 6,5 milhões de pessoas deslocadas – não dá sinal de abrandar.
“A crise síria tornou-se a maior emergência humanitária da nossa era, mas o mundo não está a ir ao encontro das necessidades dos refugiados e dos países que os estão a acolher”, afirmou o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres.

Além de se concentrarem nos países vizinhos da Síria, os refugiados da guerra formam, por exemplo, uma grande percentagem dos que têm estado a chegar, em números recorde, às costas italianas, em busca de uma vida nova – que não conseguem encontrar nos campos do Líbano, Jordânia e Turquia, onde a sua vida fica em suspenso e onde as populações locais os encaram cada vez menos benevolamente.

É no Líbano que há mais refugiados sírios (1,14 milhões), seguido da Turquia (815 mil) e da Jordânia (608 mil). Há ainda cerca de 215 mil no Iraque, alguns no Egipto e noutros países. E isto são os que se registaram com as Nações Unidas – outros nunca o fizeram. Os sírios são a maior população de refugiados ao cuidado das Nações Unidas.

Chegam com estado de choque, exaustos, assustados e com as suas poupanças reduzidas a zero. “A maior parte deles estão em fuga há mais de um ano, andaram de aldeia em aldeia antes de tomarem a decisão final de partir”, diz o comunicado da Agência de Refugiados da ONU.

Na guerra da Síria já morreram pelo menos 191 mil pessoas, segundo as estimativas das Nações Unidas, que assumidamente pecam por defeito.

Há também indícios que é cada vez mais difícil sair da Síria – os pontos de controlo com homens armados, aos quais é preciso pagar subornos, estão a proliferar ao longo das fronteiras. Os que tentam atravessar o deserto no Leste da Jordânia têm e pagar 100 dólares por pessoa ou mais, para atravessarem em segurança.

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