H7N9 leva Xangai a fechar mercados e a abater aves

Estirpe da gripe das aves que ainda não tinha sido detectada em humanos matou seis pessoas na última semana na China, das 14 que se sabe que infectou

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Na China já há registo de 14 casos de infecção pelo H7N9 Wang Zhao/AFP

Xangai anunciou nesta sexta-feira a decisão de encerrar temporariamente todos os mercados de aves vivas da cidade, e começar a abater selectivamente algumas aves, para tentar travar a propagação do surto de gripe aviária causado pela estirpe H7N9.

“Esta medida foi tomada com um objectivo de protecção da saúde pública”, declarou numa conferência de imprensa o porta-voz do município, Xu Wei.

O H7N9, que até aqui não tinha sido detectado em humanos, infectou na última semana pelo menos 14 pessoas no Leste da China. Desde o fim-de-semana, já morreram seis pessoas, quatro delas em Xangai, uma cidade onde vivem 23 milhões de pessoas.

Na madrugada passada, foram já abatidas 20 mil aves no mercado Huhai, adianta a AFP. As pessoas envolvidas no abate das aves usaram vestuário de protecção e máscaras para filtrar o ar, segundo se pode ver nas fotos publicadas num jornal local, diz a agência noticiosa.

O alarme soou no domingo, com a morte de dois homens de Xangai que tinham contraído o H7N9 semanas antes. Depois percebeu-se que era pouco provável que o vírus fosse transmissível entre humanos, porque nenhuma das 88 pessoas com quem tinham estado em contacto tinha ficado infectada.

A Organização Mundial de Saúde descartou a possibilidade de virmos a assistir a uma pandemia de gripe das aves, já que o H7N9 não se transmite entre humanos. "Hoje podemos dizer que não há transmissão entre seres humanos do vírus do subtipo H7N9", afirmou Wu Fan, a directora do Centro de Controlo e Prevenção das Doenças de Xangai, na conferência de imprensa em que foi anunciada a decisão de encerrar e começar a abater aves nalguns dos mercados da cidade, para circunscrever o avanço da infecção.

Desde que em 2003 houve um surto do vírus H5N1, a gripe das aves já matou mais de 360 pessoas, até 12 de Março de 2013, pois vai surgindo esporadicamente em alguns cantos do planeta. Os especialistas que o têm estudado temem que possa evoluir para uma forma que se transmita entre seres humanos (a esmagadora maioria dos doentes contraiu o vírus pelo contacto com animais infectados).

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