Venezuela aumenta preço de quatro alimentos em 20%

Medida é anunciada numa altura de grande escassez e será aplicada à carne de bovino, frango, leite e queijos.

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Maduro com a Presidente do Brasil durante a viagem em que foi possível negociar a remessa de alimentos Ueslei Marcelino/Reuters

O ministro venezuelano para a Alimentação, Félix Osorio, anunciou que o gabinete económico recomendou o aumento de 20% no preço de produtos como a carne de bovino, frango, leite e queijos.

“O gabinete económico avaliou o mecanismo de controlo de preços e efectivamente fez-se uma recomendação ao Presidente da República para a adequação do preço máximo de venda ao público numa percentagem de 20% dos seguintes produtos: frango, carne de bovino e leite em todas as suas apresentações, incluindo os queijos”, disse.

Segundo o ministro, o gabinete económico avaliará a cada três meses os preços de diferentes produtos. A medida surge quando a Venezuela enfrenta uma forte escassez de produtos alimentares e uma alta inflação. O Executivo acusa os fabricantes de não estarem a produzir na capacidade máxima e os comerciantes de estarem a especular com o preço de venda ao público dos produtos, inclusive aqueles cujo valor máximo está regulado pelo Governo.

Por outro lado, os empresários queixam-se de dificuldades de obtenção de matérias-primas para a produção e de contratempos na obtenção legal de divisas para as importações.

O anúncio acontece na mesma semana em que chegará ao país um carregamento de 760 mil toneladas de alimentos que foi conseguido através de um acordo feito pelo Presidente Nicolás Maduro numa viagem pelos países do Mercosul. “Numa visita ao Uruguai, Argentina e Brasil chegámos a um acordo para começar a trazer num primeiro mês uma reserva alimentar que será composta por 760 toneladas de alimentos”, disse o ministro da Alimentação, na mesma altura em que anunciou o aumento de preços para alguns produtos.

Félix Osorio disse também que o carregamento tem um custo equivalente a 600 milhões de dólares e que é composto por alimentos como azeite, leite, açúcar e conversas. E reforçou que o executivo continua empenhado em melhorar as reservas alimentares do país, o que passa sobretudo pelo incentivo à produção nacional e à redução das importações.

 

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