Governador do Texas envia tropas para a fronteira com o México para travar imigração ilegal de menores

Rick Perry critica inacção de Obama. Casa Branca diz que entradas de jovens ilegais nos EUA estão a diminuir.

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O Texas tem uma fronteira de cerca de 2000 quilómetros com o México Eric Thayer/Reuters

O governador do Texas, o republicano Rick Perry, anunciou o envio de mil reservistas da Guarda Nacional para “aumentar a segurança” na fronteira entre este estado norte-americano e o México, de modo a travar o fluxo de jovens imigrantes ilegais vindos da América Central.

“Face à situação que o Texas vive, e na ausência de qualquer acção do Governo federal, decidi enviar mil soldados” da Guarda Nacional para a fronteira, disse Perry, que é um feroz opositor do Presidente Barack Obama e que foi um dos derrotados nas primárias republicanas que escolheram Mitt Romney como candidato presidencial em 2012.

“Não podemos falar de segurança nacional sem segurança nas fronteiras, e os texanos têm pago um preço demasiado elevado por causa da incapacidade do Governo federal em manter as nossas fronteiras seguras”, declarou.

“A acção que eu ordenei visa enfrentar esta crise de frente, multiplicando os nossos esforços para combater a actividade dos cartéis, dos traficantes de seres humanos e de indivíduos criminosos que ameaçam a segurança das pessoas no Texas e na América”, disse o republicano, que muito provavelmente irá tentar de novo chegar à presidência dos EUA em 2016.

O Texas, que tem uma fronteira de cerca de 2000 quilómetros com o México, viveu, nos últimos meses, um afluxo de imigrantes ilegais menores não-acompanhados, vindos, na sua maioria, de El Salvador, Guatemala e Honduras. No total, foram presos desde Outubro 57 mil jovens não-acompanhados, que entraram clandestinamente nos EUA.

No início de Julho, o Presidente Obama evocou “uma crise humanitária” para apelar aos pais da América Central para que não enviassem os seus filhos ilegalmente para os EUA e esta sexta-feira recebe na Casa Branca os presidentes de El Salvador, Guatemala e Honduras para debater o problema.

O Presidente também pediu ao Congresso 3,7 mil milhões de dólares para aumentar a capacidade de prisão e detenção de clandestinos que atravessam a fronteira, acelerar as expulsões de adultos e reforçar os serviços de acolhimento dos refugiados menores não-acompanhados. Os republicanos, que dominam a Câmara dos Representantes, criticaram a iniciativa e ainda não foi possível um entendimento para libertar fundos.

Na segunda-feira, a Casa Branca anunciou em comunicado que a análise dos últimos números mostra que a média de detenções de menores não-acompanhados pelos serviços fronteiriços tinha baixado para metade de Junho para Julho. Em Junho, cerca de 2000 menores por semana estavam a atravessar a fronteira. Na segunda semana de Julho, esse número ficou abaixo dos 1000 menores e a tendência é para que os números continuem a baixar.

Os responsáveis da Administração Obama justificaram esta descida com o reforço das campanhas de informação sobre os perigos da viagem para as crianças e com as firmes declarações políticas de que entrar ilegalmente nos Estados Unidos não abre de imediato uma via para a obtenção da cidadania norte-americana.

Notícia corrigida às 11h27 de 23/7/14 para mudar o dia do encontro de Obama com os presidentes de El Salvador, Guatemala e Honduras. É esta sexta-feira e não esta quarta-feira.

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