Giulio Andreotti ilibado da morte de jornalista

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Andreotti aguardava a decisão do Supremo em prisão domiciliária Corrado Giambalvo/AP

O Supremo Tribunal italiano ilibou hoje o antigo primeiro-ministro Giulio Andreotti, num processo em que este era acusado de ter mandado matar um jornalista, assassinado pela Mafia em 1979.

A mais alta instância judicial italiana revogou, desta forma, a decisão de um tribunal de recurso de Perugia, que em Novembro do ano passado condenou Andreotti a 24 anos de prisão, já depois de um tribunal de primeira instância o ter absolvido.

Os advogados de Andreotti, actualmente com 84 anos, recorreram então para o Supremo, tendo o ex-primeiro-ministro ficado a aguardar a decisão final em regime de residência vigiada, devido à sua idade.

A decisão de hoje era já esperada, depois de ontem, o procurador ter pedido ao Supremo Tribunal a absolvição do réu, por falta de provas, acrescentando ser igualmente desnecessária a repetição do julgamento. Com a decisão da mais alta instância judicial italiana, o processo fica definitivamente encerrado.

A condenação do homem que por sete vezes chefiou o Governo italiano no pós-Guerra provocou ondas de choque sociedade e política italiana.

O Ministério Público acusava Andreotti de ter mandado matar Pecorelli porque o jornalista, assassinado a tiro em Roma, se preparava para publicar uma investigação prejudicial para o então primeiro-ministro. A acusação era sustentada pelo testemunho de um mafioso arrependido, que aceitou colaborar com o Ministério Público em troca de uma redução de pena.

No entanto, o colectivo de três juízes do Supremo Tribunal italiano considerou que as provas apresentadas eram insuficientes para sustentar a acusação.

Andreotti, considerado o pilar da política italiana do pós-guerra, espera agora a resolução de um outro processo, em que é acusado de durante anos ter mantido relações privilegiadas com a Mafia, em troca do apoio político da organização criminosa. Depois de ter sido absolvido por um tribunal de Palermo, na Sicília, Andreotti aguarda que o Supremo se pronuncie sobre o caso.

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