Genro do rei de Espanha nega envolvimento da Casa Real no escândalo de corrupção

Iñaki Urdangarin foi ouvido este sábado pelo juiz de instrução do caso Nóos e leu uma declaração que teve como objectivo ilibar a Casa Real.

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O duque de Palma foi acusado de oito crimes Enrique Calvo/Reuters

O genro do rei de Espanha Iñaki Urdangarin declarou este sábado a um juiz de instrução que a Casa Real não teve qualquer participação nas suas actividades no Instituto Nóos, pelas quais está a ser investigado por fraude e desvio de dinheiros públicos.

O duque de Palma e marido da infanta Cristina, a filha mais nova de Juan Carlos, chegou ao tribunal de Palma de Maiorca às 9h12 (8h12 em Lisboa), para responder às perguntas do juiz de instrução do caso Nóos, José Castro, e do fiscal anticorrupção Pedro Horrach.

Antes das perguntas e respostas – de que não havia regista até às 12h00 (hora de Lisboa) –, uma declaração: "Quero declarar que, na sequência da entrega e difusão de determinadas mensagens de correio electrónico e documentação presumivelmente relacionadas com este procedimento, deu-se nas últimas semanas um afastamento do foco deste processo: dos factos propriamente ditos, no âmbito de um processo público, para o pretenso papel da Casa Real nos mesmos", começou por dizer Iñaki Urdangarin.

"Sobre este assunto, declaro que a Casa de Sua Majestade o Rei não emitiu opiniões, não assessorou, não autorizou e não avalizou as actividades que eu desenvolvi no Instituto Nóos", frisou o genro de Juan Carlos.

A declaração deste sábado de Iñaki Urdangarin teve como objectivo negar as acusações feitas pelo seu ex-sócio Diego Torres. Segundo este, a Casa Real supervisionava as actividades do Instituto Nóos, através do secretário das Infantas, Carlos García Revenga.

No sábado passado, Diego Torres declarou que a infanta Cristina integrou a direcção da Fundação Nóos e que a Casa Real espanhola "conhecia e apoiava" as actividades daquela entidade que, sob a presidência do genro do rei Juan Carlos, terá desviado milhões de euros de fundos públicos. Na audição de há uma semana perante o juiz José Castro, o antigo sócio de Iñaki Urdangarin repetiu as suspeitas levantadas pelas dezenas de emails que divulgou depois de ter sido apontado como o único responsável pelo esquema fraudulento.

Desde a primeira vez que foi ouvido pelo juiz, em Fevereiro do ano passado, Iñaki Urdangarin foi acusado de mais três crimes de fraude fiscal, que se somam aos de desfalque, prevaricação, fraude contra a administração, falsificação de documentos e tráfico de influências.

Ainda este sábado será ouvido o secretário Carlos García Revenga, considerado o braço direito das infantas Elena e Cristina há 18 anos.

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