Frio glacial e nevões já mataram 560 pessoas na Europa

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Em Yakutsk, Sibéria, os termómetros desceram hoje aos 35ºC negativos Viktor Everstov/Reuters

Os nevões e o frio glacial das últimas duas semanas na Europa fizeram 560 mortos e mantêm isoladas 70.000 pessoas, milhares de casas sem electricidade, escolas fechadas e barcos presos no gelo. As condições meteorológicas ameaçam agravar-se neste fim-de-semana.

Com 135 mortos, a Ucrânia é o país da Europa mais afectado por esta vaga de frio, causada por um sistema de altas pressões vindo da Sibéria que está a bloquear a entrada de tempestades vindas do oceano Atlântico e que trariam temperaturas mais amenas para a Europa.

Na Ucrânia, onde os termómetros poderão descer até aos 30º C negativos neste fim-de-semana, 126 barcos estão presos no estreito de Kertch, que liga o Mar Negro ao mar de Azov, totalmente gelado. Os navios quebra-gelos não os podem resgatar por causa do temporal, diz o Ministério ucraniano das Situações de Emergência.

Na Rússia, o frio já matou pelo menos 110 pessoas este ano, 46 no mês de Fevereiro, segundo o Ministério da Saúde. Destas, 11 morreram em Moscovo, vítimas de incêndios causados pela utilização de aparelhos de aquecimento defeituosos.

O frio fez ainda 77 mortos na Polónia, 44 na Roménia, 29 na Bulgária, 25 na República Checa, 23 na Lituânia, 16 na Hungria, 10 na Letónia, 3 na Eslováquia e um na Estónia.

Nos Balcãs, quatro novas vítimas foram identificadas na Bósnia, duas no Montenegro e uma na Sérvia, o que eleva a 32 o número de mortos nesta região, desde a semana passada.

Cerca de 70.000 pessoas estão isoladas há vários dias por causa dos nevões nas povoações mais remotas da Sérvia, Croácia, Bósnia, Macedónia, Montenegro e Albânia. Muitas casas não têm electricidade, situação especialmente grave em Mostar, na Bósnia, onde 15.000 lares estão sem electricidade há já três dias. As autoridades estão a distribuir com meios aéreos alimentos e medicamentos aos locais isolados pela neve.

Blocos de gelo no Danúbio cortam passagem de barcos

No rio Danúbio, o tráfego fluvial está interrompido por causa dos blocos de gelo num troço com centenas de quilómetros na Áustria, Croácia, Sérvia e Bulgária. Nos 588 quilómetros do Danúbio na Sérvia, os blocos de gelo cobrem 100% da superfície do rio. Além do Danúbio, todas as vias navegáveis da Sérvia, nomeadamente o Sava e o Tisa, estão intransitáveis.

No Sul da Europa, o frio também se faz sentir. A Itália, com 43 mortos registados, prepara-se para uma nova vaga de frio intenso e neve, enquanto o Exército continua a ajudar as povoações no Sul do país bloqueadas por neve com três metros de altura. Os meteorologistas italianos prevêem rajadas de vento glacial no Norte e o regresso dos nevões para esta noite e amanhã em Roma. Para estes dois dias, na capital, os automóveis só podem circular com correntes nos pneus e as escolas e edifícios públicos estão encerrados.

Na Grécia há registo de cinco mortos, cinco também na Áustria e em França, quatro na Alemanha e um na Holanda. Em Espanha, as autoridades colocaram em alerta 43 províncias por causa do frio, especialmente na Andaluzia, Aragão, Cantábria, Madrid, Extremadura, Navarra e Astúrias, segundo o jornal El Mundo.

Para Portugal, o Instituto de Meteorologia prevê a persistência de tempo muito frio para os próximos dias. "A manter-se esta situação é provável que durante a próxima semana a maior parte das estações do território continental entrem em onda de frio", acrescenta o instituto.

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Notícia alterada às 16h11 com a previsão para Portugal.
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