Extrema-direita europeia festeja resultados do referendo suíço

Ministro das Finanças alemão defende que o “sim” suíço reflecte “um mal-estar” que “deve ser levado a sério”.

Entre os primeiros a reagir à vitória do “sim” no referendo suíço que prevê a imposição de limites à imigração incluem-se responsáveis de diferentes partidos populistas e de extrema-direita europeus. A confirmar o que o presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz, dissera antes do voto numa entrevista ao jornal suíço NZZ am Sonntag: “Temo que um ‘sim’ na Suíça provoque um regresso do debate sobre a livre circulação de pessoas na União Europeia”.

O líder dos populistas britânicos do UKIP (Partido da Independência), Nigel Farage, celebrou uma “notícia maravilhosa para os amantes da liberdade e da soberania nacional na Europa”. Para o responsável do partido anti-imigração, que nas eleições locais do ano passado teve um grande crescimento e obteve 25% dos votos, “a imigração em massa na Europa é um grande problema e fonte de grande preocupação porque faz baixar os salários, pressiona os sistemas sociais e dá às pessoas a impressão de serem estrangeiras no seu próprio país”.<_o3a_p>

Na Áustria, o dirigente do partido de extrema-direita FPÃ, Heinz Christian Strache, falou num “grande sucesso” e defendeu que se lhes fosse dada a oportunidade, a maioria das pessoas do seu país também se pronunciariam a favor de uma limitação na imigração.<_o3a_p>

Para a Frente Nacional, o referendo suíço “marca uma viragem positiva contra o dogma destruidor da abertura das fronteiras”. “Trata-se igualmente de uma vitória clara do povo suíço contra as suas elites, a tecnoestrutura da União Europeia e os bem pensantes que não poupam nenhum país da Europa”, diz a líder do maior partido da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, que saudou “a lucidez do povo suíço”.<_o3a_p>

“Esta vitória reforçará os franceses na sua vontade de travar a imigração em massa e de recuperar o controlo das suas fronteiras face à União Europeia”, diz Le Pen, criticando “as velhas democracias esclerosadas que não ousam nunca dar a palavra ao povo” e reafirmando a sua vontade de ver realizado em França “um verdadeiro referendo de iniciativa popular”.<_o3a_p>

Em Itália, foi o partido nacionalista e xenófobo da Liga Norte a festejar. “Aqui, já não há lugar nem trabalho para os imigrantes, é preciso dar prioridade aos nossos milhões de desempregados, aos reformados sem direitos e aos jovens”, disse Massimo Bitonci, chefe da Liga no Senado. <_o3a_p>

O actual líder do partido, Matteo Salvini, anunciou no Twitter que pretende reclamar um referendo idêntico ao suíço em Itália, uma ambição com poucas hipóteses de sucesso – por um lado, o partido não representa hoje mais do que 4% dos eleitores, por outro, tal como acontece na generalidade dos países, é muito mais difícil convocar um referendo em Itália do que na Suíça. <_o3a_p>

Num comentário aos resultados, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble disse que estes “mostram que no mundo da mundialização, as pessoas sentem um mal-estar grande face à liberdade completa de instalação” das pessoas. “Creio que devemos todos levar isto a sério.”<_o3a_p>

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