Explosões em Tianjin podem ter sido causadas pela água dos bombeiros

Especialistas dizem que as tentativas de apagar os primeiros incêndios em Tianjin desencadearam uma série de reacções químicas que resultaram nas duas grandes explosões.

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Ainda não há uma explicação definitiva para as duas grandes explosões numa área de armazenamento do porto de Tianjin, na quarta-feira, um dos principais centros industriais da China. Mas a explicação mais provável era a de que as grandes explosões foram causadas por uma reacção química entre os materiais no armazém e a água utilizada pelos primeiros bombeiros chineses a chegarem ao local. As explosões mataram 56 pessoas e feriram 720, das quais 33 estão em estado grave.

Os cerca de mil bombeiros chineses no local apagam ainda pequenos fogos na zona atingida e procuram ainda pessoas desaparecidas nos escombros. Isto à medida que tentam desimpedir o caminho para que uma equipa de especialistas chineses chegue aos contentores que se incendiaram antes das explosões e, espera-se, cheguem a uma conclusão final para o que aconteceu na quarta-feira.  

Sabe-se que o armazém em chamas tinha grandes quantidades de nitratos de amónio e potássio, assim como carboneto de cálcio. Os nitratos são utilizados para a produção de fertilizante e dinamite, e o carboneto de cálcio é um dos químicos usados para produzir plástico PVC. Este último composto reage com água para criar acetileno, que é altamente instável e inflamável.

Segundo dizem especialistas em segurança de produtos químicos, a primeira explosão foi causada pelo acetileno em chamas e foi equivalente à detonação de três toneladas de TNT. Já a segunda explosão, a grande bola de fogo que foi visível do espaço, se estima ter sido equivalente a 21 toneladas de TNT e produziu um tremor de terra que atingiu 2,9 pontos na escala de Richter terá sido desencadeada pela reacção explosiva do nitrato de amónio à primeira detonação de acetileno.

O Governo chinês admite que as primeiras equipas de bombeiros usaram água para apagar o fogo nos armazéns, mesmo sabendo que estes continham carboneto de cálcio. “Sabíamos que havia carboneto de cálcio lá dentro mas não sabíamos se já tinha explodido”, disse nesta sexta-feira o segundo líder do órgão de propaganda do departamento de bombeiros na China, Lei Jinde.

O Governo chinês optou por defender as equipas de bombeiros, que estão a ser encarados como “heróis” entre a população chinesa, sobretudo nas redes sociais – morreram 21 bombeiros nas explosões de Tianjin e outros 13 estão ainda desaparecidos. “Naquela altura, ninguém sabia [se o carboneto de cálcio tinha explodido], não é como se os bombeiros fossem estúpidos”, disse Lei Jinde, citado pela Reuters, acrescentando que não havia informação sobre onde estavam os químicos no armazém.

Mas na questão do armazenamento, a resposta é dura. O Conselho de Estado chinês decidiu lançar uma inspecção nacional a armazéns que contenham químicos perigosos e explosivos. A operação, que pretende aumentar a segurança da indústria, atingirá o comércio ilegal de produtos perigosos. Na quinta-feira, o Presidente chinês, Xi Jinping, que mobilizou o exército para as operações de rescaldo em Tianjin, disse que os “responsáveis serão severamente punidos”.

Há já um detido. É o proprietário do armazém em se deram os incêndios e, depois, as explosões. Pertence à empresa Tianjin Dongjang Port Ruihai International Logistics que, em Janeiro de 2014, foi acusada pelo órgão de segurança marítima da cidade portuária de ter ignorado várias vezes os padrões de segurança para o armazenamento de substâncias.

Dois dias depois das grandes explosões, há ainda milhares de pessoas que não regressaram a casa e passam as noites nas escolas de Tianjin. Começam também a desenhar-se os números dos danos. Só a Renault diz ter perdido mais de 1500 carros novos, carbonizados pelas explosões que ocorreram ao lado do local onde estavam estacionados. 

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