Explosão no centro da capital síria faz mais de 50 mortos

A explosão foi provocada por um carro armadilhado, perto da sede do partido do Presidente Bashar al-Assad. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos fala em mais de 50 mortos.

Entre as vítimas mortais estarão crianças, segundo o canal estatal
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Entre as vítimas há crianças, segundo o canal estatal Sana/Ho/AFP
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Uma explosão no centro de Damasco provocada por um carro armadilhado, perto da sede do partido do Presidente Bashar al-Assad, terá feito pelo menso 53 mortos e outras dezenas de feridos. Fotografias partilhadas na rede social Twitter e imagens do canal estatal Al-Ikhbariya mostram corpos no chão e automóveis em chamas.

"Foi enorme, todo o interior da loja ficou de pernas para o ar", disse à Associated Press um residente no distrito de Mazraa, que falou sob a condição de anonimato por recear represálias pelo facto de prestar declarações à imprensa estrangeira.

Através do canal estatal Al-Ikhbariya, o regime atribui a autoria do ataque aos "terroristas" que combatem o poder de Bashar al-Assad.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização independente com sede no Reino Unido, confirma que a explosão ocorreu perto de um edifício do partido Baas, no poder. A explosão terá provocado danos em automóveis estacionados a 300 metros de distância, avança a agência Reuters.

Testemunhas citadas pela Associated Press afirmam que a explosão ocorreu num posto de controlo entre a embaixada da Rússia e a sede do partido Baas.

“Isto é terrorismo (…) é isto que vocês chamam islão?”, indignou-se um ferido  interrogado pela televisão síria.

“É esta a liberdade que querem? É isto o Exército Livre da Síria (principal formação militar da rebelião)?”, pergunta outro homem interrogado no local, citado pela AFP.

Na rede social Twitter estão a ser publicadas fotografias do estado em ficou a zona após a explosão (algumas imagens podem ser consideradas chocantes).

“Ficou tudo de pernas para o ar”, contou o dono de uma loja perto, acrescentando que três dos seus empregados foram feridos por estilhaços de vidros das janelas partidas, e que uma rapariga que passava na rua tinha morrido atingida pelos vidros. “Ainda a puxei para dentro da loja mas não a conseguimos salvar. Tinha sido atingida no estômago e na cabeça”.

Poucas horas depois deste atentado, a sede do estado-maior do Exército sírio, também no centro de Damasco, foi alvo de  dois tiros de morteiro, informou o canal estatal Al-Ikhbariya. O ataque também foi noticiado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

O quartel-general do estado-maior, situado numa zona da cidade onde se encontram numerosos edifícios governamentais, já tinha sido visado no dia 26 de Setembro por um duplo atentado que fez quatro mortos.

Atentados suicidas não são, assim, novos em Damasco. O primeiro terá sido um duplo ataque coordenado que matou 44 pessoas e deixou 166 feridas, em Dezembro de 2011.

A este seguiram-se outros ataques, sendo o mais mortífero a 10 de Maio do ano seguinte perto de um edifício dos serviços de informação militar, matando 55 pessoas. E em Julho de 2012 uma explosão chegou perto de importantes membros do regime, matando o ministro da Defesa da altura, Dawoud Rajiha, e o genro do Presidente, Assef Shawkat.

Os combates entre as tropas do Governo e os rebeldes da oposição têm, no entanto, vindo a intensificar-se dentro de Damasco e nos arredores da capital ao longo das últimas semanas.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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