Explosão na fronteira turca junto à Síria foi atentado, diz Erdogan

Jornal turco atribui ataque aos serviços secretos de Bashar al-Assad. Na Síria, os combates continuam na região de Damasco.

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A explosão aconteceu na segunda-feira em Cilvegözü Ihlas News Agency/Reuters

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, disse na manhã desta terça-feira que a explosão do dia anterior no posto fronteiriço turco de Bab al-Hawa, junto da Siria, foi um atentado à bomba.

Durante uma sessão no Parlamento de Ancara, Erdogan explicou que foi um veículo armadilhado que explodiu numa zona no lado turco da fronteira, em Cilvegözü (Sudeste).

A explosão matou 14 pessoas, 11 sírios e três turcos. Erdogan frisou que a Turquia "agirá sem hesitação" para que este atentado seja "totalmente esclarecido".

Logo após a explosão, as autoridades turcas hesitaram em avançar com a tese de atentado. Na noite de segunda para terça-feira o ministro da Justiça, Sadullah Ergin, visitou o local do acidente juntamente com o responsável pela pasta do Interior e das Alfândegas e falou em "acto terrorista" com o objectivo de "matar civis". Os mortos eram quase todos civis.

O carro armadilhado era um pequeno autocarro de matrícula síria que foi estacionado 20 minutos antes de explodir. O jornal turco liberal Milliyet, citado pela agência francesa AFP, diz que continha uma carga entre os 35 e os 50 quilos de explosivos e diz que o atentado tem a marca dos serviços secretos sírios.

Na Turquia há 200 mil refugiados sírios, fugidos da guerra civil neste país onde as forças do Governo do Presidente Bashar al-Assad combatem um exército de oposição que pretende derrubar o regime e também grupos de inssurrectos que agem por conta própria.

Na segunda-feira, os combates na Síria travavam-se nos arredores e em alguns bairros de Damasco, a capital da Síria. O Presidente Assad disse estar disponível para conversações com a oposição "sem condições prévias". Porém, esta exige a saída de Assad do poder como condição essencial para avançar para o diálogo.

A aproximação da guerra à fronteira com a Turquia, que faz parte  da Aliança Atlântica, levou Erdogan a pedir a intervenção desta na sua defesa e alguns países (EUA, Alemanha e Holanda) enviaram para a região fronteiriça baterias de mísseis Patriot. O objectivo é proteger a Turquia de um eventual ataque sírio. 

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