Ex-ministro grego acusado de tirar familiares de lista de suspeitos de fuga ao fisco
Lista original tem mais três nomes do que a lista com que trabalhavam as autoridades gregas. Eram três familiares do antigo ministro.
George Papaconstantinou, que recebeu a lista em 2010 pela mão da então ministra das Finanças de França, Christine Lagarde, foi entretanto expulso do Partido Socialista (PASOK), que o considerou responsável pela alteração da lista.
Após ter sido recebida por Papaconstantinou, a lista perdeu-se entre a gaveta do ministro e os corredores do poder. O sucessor de Papaconstantinou no Ministério das Finanças, Evangelos Venizelos, fez uma recriação oficiosa dos nomes, a partir dos seus registos, e esta lista seria usada para investigar as suspeitas de fuga o fisco, embora aparentemente isso não tenha ainda acontecido.
As autoridades gregas receberam no final do mês passado a lista original, que tinham entretanto pedido novamente às autoridades francesas.
Ao receber o original e compará-lo com a lista oficiosa, investigadores do departamento de fraude fiscal notaram que três nomes na lista original estavam ausentes da oficiosa: o de uma prima de Papaconstantinou, do marido desta, e ainda da mulher de outro primo do então ministro.
Papaconstantinou, de 51 anos, negou as acusações, dizendo que os nomes teriam sido retirados sem o seu conhecimento. O seu partido, no entanto, expulsou-o de imediato. O PASOK teve uma enorme queda eleitoral passando de 44% nas eleições de 2009, que venceu, para apenas 12% nas últimas legislativas, e não quer dar imagem de ser complacente com suspeitas de corrupção numa sociedade farta de que os políticos saiam sempre impunes.
O antigo ministro lançou, entretanto, uma farpa a Venizelos, que entretanto é o actual líder do PASOK (e, assim, responsável pela expulsão de Papaconstantinou do partido), culpando-o pela falta de uma investigação. “Questiono por que a investigação que ordenei aos nomes na lista acabou mal eu saí do cargo”, declarou Papaconstantinou, citado pelo diário grego Kathimerini.
A única acção visível que resultou de todo este processo foi, até agora, o julgamento de um jornalista, Costas Vaxenvanis, que divulgou os 2059 nomes da lista na sua revista Hot Doc.