Exército do Egipto alerta para o perigo do “colapso do Estado”

General Abdel Fattah al-Sisi apela ao fim da "continuação da luta entre as diferentes forças políticas"

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Os protestos continuam apesar do recolher obrigatório Amr Abdallah Dalsh/REUTERS

O chefe das Forças Armadas egípcias diz que a crise política no país, exacerbada por dias de grande violência em várias cidades, "pode conduzir ao colapso do Estado".

Foi a primeira tomada de posição do general Abdel Fattah al-Sisi desde que em Junho foi nomeado por Mohamed Morsi para o lugar do marechal Hussein Tantawi, numa jogada que permitiu ao Presidente Mohammed Morsi assumir a liderança da transição no Egipto. Desde então, o Exército tem-se limitando a apelar ao diálogo e a afirmar-se como garante da soberania nacional.

Sisi quebrou o silêncio, num discurso divulgado na página do Exército no Facebook, dizendo que"a continuação da luta entre as diferentes forças políticas" representa uma ameaça "às futuras gerações" e um "risco real para a segurança do Egipto e a coesão do Estado". Palavras que para alguns mostram o descontentamento dos militares em relação ao conflito que há meses opõe Morsi à oposição liberal, crítica do que diz ser a agenda islamista e as derivas autoritárias do Presidente.

Outros viram nas palavras do general um aviso aos manifestantes que, ignorando o estado de emergência decretado em três cidades do Suez, voltaram a manifestar-se contra a condenação à morte de 21 adeptos do clube de futebol Al-Masry implicados na morte de 70 pessoas num estádio de Port Said, em 2012. A violência seguiu-se a confrontos no Cairo e Alexandria, no segundo aniversário da revolução, e ao todo 52 pessoas morreram.

Mas num sinal de que os militares não planeiam a voltar envolver-se directamente na cena política, Sisi garantiu que o envio de soldados para as cidades do Suez se destina apenas a proteger um canal que é vital para a economia do país.
 
 
 

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