Exército de Assad sofre pesada derrota às mãos dos jihadistas

Dois dias de combates bastaram para o Estado Islâmico expulsar os soldados sírios de uma importante base na província de Raqqa.

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A cidade de Raqqa é a "capital" do Estado Islâmico Reuters

Pelo menos 85 soldados do exército sírio foram mortos em 48 horas de combates com os jihadistas do Estado Islâmico, que ganham terreno na província de Raqqa, no Norte do país em guerra, enquanto espalham o seu terror tanto na Síria como no vizinho Iraque.

O destino de outros 200 soldados permanece desconhecido, revelou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma ONG ligada à oposição, explicando que o exército bateu em retirada na sexta-feira à noite e que desde então não se registaram mais combates naquela região.

Os militares retiraram da enorme base da Divisão-17, a norte da cidade de Raqqa, “a capital” do Estado Islâmico. Mas os jihadistas não entraram no complexo militar “por medo dos raides aéreos”, explicou o director do OSDH, Rami Abdel Rahmane, em declarações à agência AFP.

Na madrugada de quinta-feira, os homens do Estado Islâmico iniciaram o assalto à base e excutaram sumariamente pelo menos 50 soldados, outros 19 morreram num duplo atentado suicida e 16 caíram em combate, disse o OSDH

Os combates, primeiro confronto desta amplitude entre o Estado Islâmico e o regime, fizeram igualmente 28 mortos entre os jihadistas, disse Abdel Rahmane.

Um vídeo colocado pelos jihadistas no YouTube, mostra-os a queimar um retrato do Presidente sírio, Bashar al-Assad, no interior do que parece ser um dos bairros militares da Divisão-17

“Centenas de soldados que sobreviveram, retiraram na sexta-feira para lugares seguros, mas o destino de cerca de 200 militares permanece desconhecido”, disse ainda Rahmane. “Alguns dos soldados executados foram decapitados, e os seus corpos e cabeças cortadas foram expostos na cidade de Raqqa.”

Com a perda da Divisão-17, o exército de Assad fica apenas com duas posições militares em toda a província de Raqqa. Na província de Alepo (Norte), o Estado Islâmico matou numa emboscada pelo menos 30 soldados e milicianos pró-regime.

A comissão de inquérito da ONU sobre os direitos humanos na Síria, disse este sábado que os jihadistas do Estado Islâmico são “bons candidatos para figurar na lista negra” das Nações Unidas onde estão aqueles que são suspeitos de ter cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

 

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