Execução de Warren Lee Hill suspensa a 30 minutos da hora marcada

Defesa argumenta que o afro-americano de 52 anos não pode ser condenado à pena de morte por sofrer de uma deficiência mental.

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Hill foi condenado à pena de morte por em 1990 ter matado um companheiro de cela, quando já cumpria uma pena de prisão perpétua por um outro homicídio Georgia Department of Corrections/Reuters

Warren Lee Hill tinha sido condenado à pena de morte e a execução estava marcada para a noite desta terça-feira, apesar de todos os protestos de activistas dos direitos humanos que argumentam que Hill tem uma deficiência mental e que por isso não pode ser condenado à pena de morte. Meia hora antes, o tribunal decidiu suspender a execução.

A defesa do afro-americano de 52 anos argumenta que o seu QI é de apenas 70 e que, à luz de uma lei de 2002 – que não permite a execução de pessoas com deficiências mentais –, Hill não pode ser condenado à pena de morte. O tribunal responde que a defesa ainda não conseguiu prová-lo “além da dúvida razoável”.

Vários grupos de defesa dos direitos humanos têm manifestado o seu apoio a Hill. O Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas já tinha condenado a decisão do tribunal e apelado às autoridades para anularem a sentença.

“A comunidade internacional está novamente a olhar para a Geórgia com grande preocupação, porque se prepara para levar a cabo outra execução grotesca e injusta”, escreveu recentemente o relator Christof Heyns. “Não há qualquer lógica nem honra na execução de crianças, dementes ou aqueles que sofrem de deficiências intelectuais.”

Entre os apoiantes de Hill estão ainda o Presidente Jimmy Carter e a sua mulher, Rosalynn.

Hill foi condenado à pena por em 1990 ter agredido até à morte Joseph Handspike, seu companheiro de cela. Na versão das autoridades, bateu-lhe com uma tábua com pregos enquanto dormia, com os outros reclusos a assistirem e a pedirem-lhe que parasse. Nessa época, Hill já cumpria a pena de prisão perpétua à qual tinha sido condenado pelo homicídio da sua namorada, Myra Wright, com 11 disparos, quatro anos antes.

A execução já chegou a estar marcada para Julho do ano passado, mas também dessa vez foi adiada uma hora e meia antes, para uma reavaliação do método de execução.
 

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