Ex-director-geral do FMI Rodrigo Rato detido em Madrid

Antigo número dois do Governo espanhol e ex-director do FMI é acusado de fraude e branqueamento de capitais.

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Rodrigo Rato no momento da detenção, saindo de sua casa JAVIER SORIANO/AFP

Após três horas de interrogatório em sua casa em Madrid, Rodrigo Rato foi levado pela polícia para ser detido, suspeito de fraude e branqueamento de capitais, segundo o diário espanhol El País. Uma pequena multidão cercava a casa do homem que foi ministro das Finanças (1996-2004), vice-primeiro-ministro de Espanha (2003-2004) e director-geral do FMI (2004-2007).

Nas imagens vê-se um dos agentes que acompanhavam Rato a fazer o gesto familiar de proteger a nuca ao detido quando este entra no carro. “Sem vergonha”, ouve-se vindo de quem assiste. A polícia levou a cabo buscas na casa e agentes saíram com algumas caixas de documentos pouco depois do próprio Rato ser levado. 

Segundo o diário espanhol El País, Rato continuou a ser interrogado, desta vez num edifício das forças de investigação da autoridade tributária que seguem o seu processo. A agência Efe diz que o juiz teve de assinar uma ordem de detenção para que Rato pudesse continuar a ser inquirido fora de sua casa.

A investigação não visa apenas o político do  Partido Popular (PP) e antigo director do Bankia, dizem algumas das fontes citadas na imprensa, mas outras garantem que o processo se centra em “detalhes da riqueza pessoal de Rato”. Outras fontes dizem que as autoridades investigam a origem de verbas que Rato declarou aproveitando uma amnistia fiscal do Executivo de Rajoy em 2012.

Rodrigo Rato está implicado em dois processos judiciais. Num deles, é investigado o alegado uso irregular de cartões de crédito em despesas pessoais enquanto Rato dirigia o Bankia, que foi resgatado pelo Estado espanhol. O responsável está ainda num conjunto de gestores do banco investigados por fraude enquanto tribunais avaliam se a entrada do Bankia em bolsa foi irregular. 

Em 2012 o resgate do Bankia, de 23,5 mil milhões de euros, precipitou Espanha numa crise financeira e levou a zona euro a anunciar um plano de ajuda aos bancos espanhóis.

A notícia surge antes de eleições regionais e locais no próximo mês e uma eleição geral no final do ano em que se espera que o PP sofra derrotas pesadas por ter altos responsáveis implicados em escândalos de corrupção. 

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