EUA confirmam decapitação de refém norte-americano do Estado Islâmico

Barack Obama diz que ex-soldado de 26 anos foi morto "num acto de pura maldade".

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Kassig trabalhava na área humanitária, depois de se retirar da carreira militar AFP

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou este domingo a morte do refém norte-americano Peter Kassig, 26 anos, decapitado pelo grupo que se auto-intitula Estados Islâmico. Foi um “acto de pura maldade”, disse Obama, no regresso da Austrália, onde participou da reunião do G20.

“Hoje, oferecemos as nossas preces e as nossas condolências aos pais e à família de Abdul Rahman Kassig, também conhecido pelo nome Peter”, referiu Obama, num comunicado publicado a partir do avião presidencial Air Force One.

O Presidente disse que Kassig – ex-soldado que lutou na Guerra do Iraque e retornou à região numa missão médica humanitária, tendo sido raptado em 2013 – foi morto “num acto de pura maldade por um grupo terrorista que o mundo correctamente associa com a desumanidade”.

“Enquanto o grupo Estado Islâmico mata inocentes, incluindo muçulmanos, semeia a morte e a destruição, Adbul Rahman era um activista humanitário que trabalhava para salvar as vidas dos sírios feridos e despojados pelo conflito na Síria”, acresenta o comunicado.

O grupo Estado Islâmico (EI) divulgou neste domingo um vídeo nos sites jihadistas, em que comunica a decapitação de Peter Kassig. Segundo o jornal britânico The Guardian, o vídeo mostra um homem de cara tapada, em pé, ao lado de uma cabeça decepada, dizendo que decapitou Peter Kassig.

Com sotaque britânico, o homem mascarado diz: "Peter, que lutou contra os muçulmanos no Iraque, servindo como soldado sob o Exército americano, não tem muito a dizer. Os seus companheiros de cela anteriores já falaram em seu nome."

É a quinta vítima ocidental do Estado Islâmico desde Agosto.

O vídeo da decapitação de mais um norte-americano surge no mesmo dia em que o presidente dos EUA, Barack Obama, considerou que uma eventual aliança com o governo sírio iria enfraquecer a luta da coligação internacional contra o Estado Islâmico.

“Na nossa opinião, fazer uma causa comum [com o presidente sírio Bashar al-Assad] contra o ISIL iria enfraquecer a coligação", declarou Obama numa conferência de imprensa no final da cimeira do G20, que decorreu durante o fim-de-semana em Brisbane, Austrália.

Para o governante, “Assad perdeu a legitimidade aos olhos da maior parte do seu país". Os EUA lideram uma coligação internacional, composta por países árabes e europeus, para combater o Estado Islâmico, que controla já uma grande área de território no Norte do Iraque e no Leste da Síria.

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