EUA apelam a que Conselho de Segurança actue rapidamente para desarmar Síria

John Kerry sublinhou que há provas sobre a autoria dos ataques químicos e afirmou que não se deve gastar tempo "a debater o que já sabemos".

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John Kerry apelou a que o Conselho de Segurança não perca tempo

O secretário de Estado dos EUA John Kerry afirmou nesta quinta-feira não haver dúvidas de que foram as forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, que estiveram na origem dos ataques químicos nos arredores de Damasco, no mês passado. E afirmou que o desarmamento pacífico é possível, se o Conselho de Segurança das Nações Unidas actuar rapidamente.

"O relatório dos inspectores da ONU confirma inequivocamente que armas químicas, incluindo [gás] sarim, foram usadas na Síria”, afirmou Kerry, numa declaração para a imprensa, em Washington. “Sabemos que o regime de Assad tem sarin e não há a mínima prova de que a oposição o tenha”, acrescentou, sublinhando que as forças governamentais têm as armas químicas, os dispositivos para as lançar e controlavam o território a partir de onde o ataque foi lançado, contrariamente ao que acontece com as forças da oposição.

Kerry argumentou ser possível a destruição das armas químicas da Síria por via pacífica, mas disse que, para isso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas teria de “estar preparado para actuar” em vez de regressar à questão sobre a autoria dos ataques. “O tempo é curto. Não o vamos gastar a debater o que já sabemos”, apelou Kerry. O secretário de Estado dos EUA fez este apelo um dia após a Rússia ter classificado como “incompleto” e “politizado” o relatório dos inspectores da ONU e ter defendido que o Conselho de Segurança (onde tem é um membro permanente com direito a veto) deve analisar mais provas e testemunhos.

Os EUA, a França e o Reino Unido querem que seja aprovada no Conselho de segurança resolução que deixe em aberto a possibilidade de uma intervenção militar, caso a Síria não proceda ao desarmamento químico (uma operação que Assad já disse que demoraria um ano), mas a Rússia opõe-se à ideia.

Entretanto, o jornal britânico The Guardian noticiou que a guerra civil no país atingiu um impasse, com um equilíbrio de forças entre as duas facções e que o regime sírio vai apelar a um cessar-fogo na reunião para a paz que se vai realizar em Genebra no fim do mês, juntamente com o fim da ameaça de uma intervenção internacional.

O jornal cita o  primeiro-ministro adjunto da Síria, Qadri Jamil: “Nem a oposição armada nem o regime são capazes de derrotar o outro lado. Este equilíbrio de forças não vai mudar durante algum tempo”.

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