Estado de emergência reinstaurado na Tunísia para conter ameaça jihadista

Medida foi anunciada uma semana depois do atentado numa estância balnear onde morreram 38 turistas estrangeiros

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As praias mais frequentadas por turistas tem agora segurança reforçada FETHI BELAID/AFP

O chefe de Estado tunisino, Béji Caïd Essebsi, decretou este sábado o estado de emergência no país, uma semana depois do atentado numa estância turística em Sousse que matou 38 turistas estrangeiros, no dia 26 de Junho.

O estado de emergência é uma medida temporária que dá ao Governo mais flexibilidade no que toca a medidas de segurança e ao Exército e à polícia mais autoridade, restringindo também os ajuntamentos públicos. A última vez que a Tunísia teve um estado de emergência foi em 2011 durante a revolta popular que levou à queda do ditador Zine El-Abidine Ben Ali (só foi levantado em 2014).

O reforço das medidas de segurança já era visível nos ultimos dias em muitos locias turísiticos do país. Mas agora, o governo informou que o estado de emergência é decretado na Tunísia “seja em caso de um perigo iminente resultante de ameaças graves à ordem pública, seja em caso de acontecimentos que apresente, pela sua gravidade, o carácter de calamidade pública”. Dá às alteridades o direito de proibir greves e reuniões “que tenham por objectivo provocar desordem”. Este regime de excepção também autoriza as autoridades a procederem a “buscas domiciliárias, de dia ou de noite, e a tomarem todas as medidas para garantir o controlo da imprensa e de publicações de toda a natureza.”

A Tunísia, que enfrenta depois da queda de Ben Ali uma progressão do movimento jihadista, responsável pela morte de dezenas de polícias e militares, foi atingida por dois atentados reivindicados pelo grupo Estado Islâmico no espaço de três meses, que tiveram como alvo a vital indústria turística do país. No total, 59 turistas estrangeiros foram mortos : 21 no museu Bardo, em Tunes, em Março, e 38 num hotel à beira mar no dia 26 de Junho.

Numa entrevista à BBC na sexta-feira, o primeiro-ministro Habib Essid reconheceu que a polícia foi demasiado lenta a agir no atentado de Sousse, uma primeira admissão oficial das falhas de segurança no país.

As autoridades já prenderam oito suspeitos de ligações ao atentado de Sousse mas continuam à procura de dois suspeitos cúmplices do jovem autor do ataque, Seifeddine Rezgui, um estudante de 23 anos que treinara num campo jihadista na Líbia, provavelmente o mesmo por onde passaram os dois atacantes que a 18 de Março mataram 22 pessoas no Museu Bardo da capital, Tunes.

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