A dois meses das eleições legislativas, o Governo britânico de David Cameron anunciou um aumento de 3% do salário mínimo a partir do mês de Outubro – trata-se do maior aumento desde 2008.

A remuneração de base mínima estabelecida por lei passará a ser de 6,70 libras por hora (9,40 euros) contra as 6,50 libras actuais e deverá beneficiar cerca de 1,4 milhões de trabalhadores no Reino Unido.

O executivo conservador de David Cameron, que governa em coligação com os liberais-democratas, acatou, desta forma, as recomendações feitas no mês passado pela Comissão de Salários Baixos.

Mas o Governo foi além dos conselhos desta equipa de peritos e anunciou que os jovens trabalhadores vão também ser aumentados. Para aqueles que têm 16 e 17 anos, o salário sobe de 3,79 libras para 3,87 libras à hora. Para a faixa entre os 18 e os 20 anos, sobe de 5,13 libras para 5,30 libras à hora.

Em relação aos aprendizes, estes vão beneficiar de um aumento de 20% do seu salário mínimo, que sobe de 2,73 libras para 3,30 libras por hora.

As sondagens mostram que os conservadores e os trabalhistas estão empatados para as eleições de 7 de Maio, mas apontam para uma ligeira vantagem para o líder do Labour, Ed Miliband, poder roubar o posto de primeiro-ministro a Cameron, ficando à frente de uma coligação de centro-esquerda.

Ed  Miliband fez da denúncia da austeridade orçamental e da diminuição do poder de compra dos britânicos um dos eixos principais da sua campanha.

Nesta terça-feira, Cameron e o líder dos lib-dem, Nick Clegg, surgiram lado a lado para anunciar os novos aumentos e para sublinhar que estes se destinam a premiar “aqueles que trabalham arduamente”. A oposição fez notar que a promessa eleitoral dos conservadores era a de fazer chegar o salário mínimo às sete libras por hora.

Até agora, os salários não têm subido ao mesmo ritmo da inflação, o que provocou uma queda do poder de compra nos lares britânicos. Entre a chegada de Cameron em Maio de 2010 e Dezembro de 2014 (últimos dados disponíveis), o salário médio aumentou menos de 9%, enquanto no mesmo período os preços subiram mais de 11%, segundo o gabinete nacional de estatísticas.