Eleições na Grécia vão mesmo ser a 20 de Setembro

Presidente já assinou decreto. Syriza está à frente nas intenções de voto, mas com menos do que estava à espera.

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A nova primeira-ministra, Vassiliki Thanou, e o primeiro-ministro cessante, Alexis Tsipras Stoyan Nenov/REUTERS

O Presidente da República grego, Prokopis Pavlopoulos, já assinou o decreto em que marca a data das eleições legislativas antecipadas para 20 de Setembro, como se esperava, indicou a agência noticiosa grega Ana.

Era essa a data esperada – tinha sido avançada pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras, quando anunciou a sua demissão, na semana passada. No entanto, a oposição de direita e o novo partido formado por dissidentes do Syriza pretendiam que as eleições se realizassem uma semana mais tarde, a 27 de Setembro, para que a campanha eleitoral fosse mais longa.

Apesar da cisão do Syriza, este continua a estar à frente das intenções de voto dos gregos, com 23%, segundo uma sondagem do Instituto ProRata, para o jornal de esquerda Efimerida ton Syntakton. Mas não será uma vitória por grande margem, como esperava: tem 3,5 pontos de vantagem sobre a Nova Democracia (19,5%). Outra sondagem, da empresa Metron para a rádio Parapolitika, dá 29% ao Syriza e 27,8 à Nova Democracia. Uma terceira, da Macropolis, dá 24,6% ao Syriza e 22,8% ao partido de direita. Apesar de variarem os valores, a distância mantém-se reduzida.

Ja a União Popular de Panagiotis Lafazanis, que saiu do Syriza, tem apenas 3,5% dos votos na sondagem do Instituto ProRata – está resvés com o mínimo necessário para entrar no Parlamento, que é 3%. Os outros estudos de opinião dão-lhe valores mais ou menos semelhantes, à excepção da da Parapolitika, que lhe dá 11%.

Mas os os Gregos Independentes, que se aliaram ao Syriza para formar governo, não devem entrar no novo Parlamento – a sondagem do Efimerida ton Syntakton dá-lhes apenas 2%. E Tsipras já garantiu que não se aliará à Nova Democracia, aos socialistas do Pasok ou aos centristas To Potami. Terá então de encontrar um outro parceiro para governar.

Há ainda 25,5% de indecisos que não sabem em que votar no que são as quintas eleições em seis anos. Na verdade, 64% dos eleitores gregos consideram que Tsipras não devia ter desencadeado o processo de novas eleições, diz a Reuters, citando a sondagem do Instituto ProRata.

Com a decisão de se demitir e ir de novo a votos, Tsipras espera poder reconstruir a sua base de apoio para voltar a governar. É ainda o político mais popular, com 41% de opiniões favoráveis, e os gregos continuam a prezar muito o facto de pertencerem ao euro: 68% acham que vale a pena manter-se na moeda única, custe o que custar, mesmo com mais austeridade.

Até às eleições, a Grécia terá um governo interino e, pela primeira vez, terá uma mulher como primeiro-ministro. Vassiliki Thanou, até agora presidente do Supremo Tribunal, já tomou posse, chefiando um Executivo com tecnocratas e políticos. A pasta das Finanças foi entregue a George Chouliarakis, o principal negociador grego do terceiro plano de resgate, recentemente aprovado.


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