Egipto condena três jornalistas da Al-Jazira a três anos de prisão efectiva

Repórteres são considerados símbolos dos ataques contra a liberdade de expressão do regime do Presidente Sissi.

Foto
Mohamed Fadel Fahmy (em cima) e Baher Mohamed após saberem o veredicto KHALED DESOUKI/AFP

Um tribunal do Egipto condenou este sábado a três anos de prisão efectiva os três jornalistas do canal de televisão Al-Jazira por alegado apoio à Irmandade Muçulmana. A condenação acontece apesar dos apelos da comunidade internacional para o caso ser encerrado.

O australiano Peter Greste, antigo correspondente da BBC, o canadiano Mohamed Fadel Fahmy e egípcio Baher Mohamed tinham sido condenados a penas entre os sete e os dez anos de prisão, tornando-se símbolos dos ataques contra a liberdade de expressão postos em marcha pelo regime do actual Presidente, Abdel Fattah al-Sissi.

Foram detidos no final de 2013, num hotel do Cairo, onde uma equipa do canal árabe em língua inglesa continuava a trabalhar, meses depois de o Exército ter ordenado o encerramento da delegação da Al-Jazira no país na mesma altura em que derrubou Mohamed Morsi, dirigente da Irmandade Muçulmana e primeiro Presidente democraticamente eleito do Egipto.

Fahmy e Mohamed foram presentes a tribunal, e Greste foi julgado por contumácia, uma vez que foi deportado para a Austrália em Fevereiro.

As condenações, por "difusão de mentiras" destinadas a prejudicar o país e o apoio ao movimento islamista, gerou um coro internacional de protestos e levou as Nações Unidas a denunciarem a falta de independência do sistema judicial egípcio.

Al-Jazira já veio condenar a decisão do tribunal, que considerou "escandalosa e repugnante". O veredicto é "um ataque deliberado contra a liberdade de imprensa", acrescentou o canal de televisão num comunicado avançado esta manhã.
 

  



Sugerir correcção
Comentar