Duzentas pessoas detidas em protestos contra a morte de um caribenho na Holanda

Confrontos com a polícia começaram na segunda-feira, em Haia, e prolongaram-se durante a semana. Mitch Henriquez, um turista de Aruba, morreu no domingo, depois de ter sido agredido por policias.

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Os distúrbios começaram na segunda-feira à noite MARCO DE SWART/AFP

A morte de um cidadão de Aruba no domingo, depois de ser detido e agredido pela polícia holandesa num festival de música em Haia, levou centenas de pessoas a provocar distúrbios pelas ruas da cidade. Esta sexta-feira, a polícia anunciou a detenção de 200 pessoas, após mais uma noite de confrontos com as autoridades. Os manifestantes acusam a polícia de discriminação e brutalidade excessiva contra cidadãos estrangeiros.

Desde segunda-feira à noite que as ruas de Haia têm sido palco de violentos confrontos e actos de vandalismo, por parte de centenas de pessoas, em protesto pela morte do turista caribenho Mitch Henriquez. Depois da detenção de 61 pessoas na quinta-feira, outras 200 foram detidas, na madrugada desta sexta-feira, no bairro de Schilderswijk, um dos mais pobres da Holanda.

Os manifestantes, maioritariamente adolescentes, provocaram desacatos com a polícia e violaram o recolher obrigatório decretado pelas autoridades. Paul van Musscher, chefe da polícia de Haia, informou os jornalistas que os manifestantes arremessaram pedras e fogo de artifício contra as equipas de segurança. A maioria dos jovens já foi libertada e está sob custódia dos pais.

O jornal britânico The Guardian avança que os agentes da polícia daquela região holandesa têm sido acusados de “discriminação e brutalidade excessiva”, principalmente contra estrangeiros. Jozias Van Aartsen, presidente da câmara de Haia, negou esta ideia. “Se eu achasse que essa era a atitude da polícia de Haia, não estaria aqui nem mais um segundo”, disse, citado pelo Guardian.

Mitch Henriquez, de 42 anos, foi detido pela polícia, no passado domingo, num festival de música que ocorria no Zuiderpark, em Haia, acusado de ter uma arma. Por ter resistido à detenção, foi agredido por seis policias, “na cabeça e nas pernas”, segundo as mensagens partilhadas no Facebook por testemunhas que estavam no local.

Um vídeo, partilhado nas redes sociais, mostra Henriquez inconsciente, a ser levado pela polícia, um dado que não coincide com o comunicado inicial da polícia, que informava que o caribenho apenas tinha desmaiado na carrinha, a caminho da esquadra. A informação que dava conta que Henriquez tinha uma arma também foi desmentida, mais tarde, pelas autoridades.

A autópsia revelou que o turista de Aruba, uma pequena ilha das Caraíbas situada a norte da Venezuela, morreu por asfixia. Cinco polícias foram identificados como suspeitos e foram suspensos na quarta-feira.
 

  

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