Dreamliner da Boeing já pode voltar a voar

Modelo 787 recebeu luz verde da autoridade de aviação norte-americana. A partir de sexta-feira as companhias podem fazer as alterações nos aparelhos e retomar o serviço.

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Modelo é um dos mais importantes da aviação comercial da Boeing ROBERT SORBO/Reuters

A Administração Federal da Aviação (FAA, na sigla em inglês) norte-americana anunciou nesta quinta-feira o fim da interdição de voo do Boeing 787 Dreamliner, decretada a 16 de Janeiro na sequência de vários incidentes com origem em avarias nas baterias de iões de lítio daquele modelo.

O levantamento da proibição tem efeitos a partir de sexta-feira, segundo uma nota citada pela AFP. “O objectivo desta directiva é autorizar o avião a retomar o serviço assim que possível, ordenando as alterações que vão resolver um problema de segurança”, escreve a FAA neste “certificado de navegabilidade”.

As companhias aéreas que têm na sua frota o Boeing 787 devem obrigatoriamente instalar nas baterias principais e auxiliares sistemas de isolamento e condutas, para evitar a propagação de um eventual curto-circuito ou do sobreaquecimento de uma célula para toda a bateria ou para o resto do avião, afirma aquela entidade.

As próprias baterias e os carregadores devem ser também substituídos, o que deve demorar cerca de cinco dias por avião, segundo as estimativas da Boeing.

“As modificações devem ser feitas antes do regresso aos voos. Assim que os aparelhos estejam em conformidade com a directiva, podem retomar o serviço”, acrescenta um porta-voz da FAA. Esta ordem diz respeito apenas aos aparelhos registados nos Estados Unidos mas a mesma fonte, citada pela AFP, aconselha as autoridades de aviação internacionais a exigir as mesmas medidas.

Já em Março as alterações feitas pela construtora tinham recebido luz verde da FAA. Desde então a Boeing tem realizado voos de teste para avaliar a eficácia das alterações neste que é o mais importante modelo comercial da empresa norte-americana.

A proibição de voo do Dreamliner tinha sido decretada também por outros reguladores e operadores à escala internacional, depois de três incidentes quase seguidos, em Janeiro.

O primeiro envolveu um avião da Japanese Airlines, cuja bateria se incendiou enquanto o avião estava em terra, no aeroporto de Boston, nos Estados Unidos. No dia seguinte, outro avião do mesmo modelo e da mesma companhia sofreu uma fuga de combustível que o impediu de levantar voo de Tóquio. O terceiro ocorreu poucos dias depois, durante um voo doméstico da companhia aérea japonesa ANA, com 129 passageiros e oito tripulantes a bordo: um incêndio no local onde estava instalada uma bateria, o que poderia ter levado o avião a despenhar-se. Várias pessoas ficaram ligeiramente feridas ao sair de emergência, em Takamatsu, no sul do país, pelas mangas do avião para a pista.

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