Dois americanos num tempo em mudança

Foi a cantora norte-americana Patti Smith quem disse, há dias, numa entrevista (a Vítor Belanciano, no suplemento Ípsilon do PÚBLICO), “que o Papa Francisco é muito mais revolucionário do que Barack Obama.” Porque o actual Papa confrontaria mais poderes, a partir do Vaticano (onde a sua decisão é soberana, convém notar), do que o Presidente dos EUA a partir da Casa Branca (onde tem que lidar com a oposição republicana, por saudável imposição do sistema democrático). Onde se uniram estes dois americanos, um do Norte e outro do Sul? Nas alterações climáticas, que Francisco inscreveu na Laudato Si’ e que Obama tem vindo a brandir como derradeira arma no seu adeus ao poder. De visita a Washington, o Papa apoiou as posições de Obama e este naturalmente retribuiu. Uma convergência esperada num tempo em mudança, quando ainda é cedo para avaliar as marcas que estes dois homens vão deixar na história. Sendo certo que a marcarão.

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