Direito que assiste a todos e assusta alguns

Do latim, referendum. “Direito, consagrado juridicamente, que assiste a cada cidadão de ser ouvido, por meio de voto, em matérias de interesse nacional”, regista o dicionário.

O conceito de “referendo” é repetente nesta rubrica (Palavra da Semana). A sua anterior descodificação data de 6 de Novembro de 2011, quando era a Irlanda que equacionava a sua permanência na zona euro. A revista de domingo tinha outro nome (Pública), a Europa tinha o mesmo. No entanto, nem uma nem outra são o que eram. Os referendos também não.

Na quinta-feira (dia de fecho da Revista 2), mantinha-se a marcação para hoje (domingo) de um referendo na Grécia, para que os cidadãos decidissem acatar ou não as condições dos credores, vulgo troika: Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia.

Reuniões interrompidas, negociações encerradas, bancos fechados, negociações retomadas, propostas para cá, acertos para lá, correcções daqui, contas dali, acordos e desacordos, dramatizações e cálculos, manipulações e receios. Até um crowdfunding (em português, “fazer uma vaquinha”) foi lançado por um britânico para ajudar “o primo grego”. Assim foram os últimos dias da “família” europeia.

Hoje, o povo grego terá de escolher entre o “sim” e o “não” às medidas que os credores querem ver aplicadas no país e que o Governo não quis aceitar sem primeiro o consultar. E a afluência às urnas deve ser expressiva, “faça chuva ou faça sol”. 

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