Direita toma o lugar dos comunistas e aproxima Chipre de um plano de ajuda

Principal prioridade do novo Presidente Nicos Anastasiades é “restaurar a credibilidade” do país à beira da insolvência.

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Nicos Anastasiades venceu com mais de 57% dos votos Yorgos Karahalis/REUTERS

Nicos Anastasiades foi eleito este domingo sem surpresas na segunda volta das presidenciais em Chipre com 57,5% dos votos. Um veterano da vida política de Chipre de 66 anos, advogado e europeísta, o candidato da direita e líder da União Democrática (Disy) quer reconquistar a confiança dos parceiros internacionais no país.

No seu programa e discurso de vitória, Anastasiades prometeu fechar um acordo com as instituições europeias e Fundo Monetário Internacional (FMI) para um plano de resgaste da economia logo que possível. Entre a perspectiva de insolvência de um país em recessão há quase dois anos – no último trimestre de 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu mais de 3% – e a de um programa de austeridade em troca de um plano de ajuda financeira, Anastasiades escolhe o segundo, sem hesitar. O novo Presidente elege como prioridade “restaurar a credibilidade” do país para salvá-lo do abismo.

As suas primeiras palavras, depois de confirmada a vitória, foram para os parceiros internacionais. “Tencionamos discutir e cooperar de maneira fiável com os nossos parceiros europeus para chegarmos o mais depressa possível a um acordo que proteja os nossos grupos vulneráveis, a coesão social e relações pacíficas no mundo do trabalho”, disse Anastasiades.

Palavras que logo tiveram eco em Estrasburgo e Bruxelas. “O povo cipriota enviou uma mensagem forte à Europa ao depositar a sua confiança numa pessoa com as qualidades de dirigente e a credibilidade necessárias para tirar o país da crise económica que atravessa”, afirmou em comunicado o líder do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE) Wilfried Martens. São agora 16 os países dos 27 da União Europeia (UE) liderados por um partido de direita, membro do PPE no Parlamento Europeu, nota a AFP.

A ilha estava suspensa deste resultado para poder fechar um acordo com os parceiros europeus. Com Dimitris Cristofias na Presidência, as negociações com a UE, o Banco Central Europeu e o FMI arrastavam-se desde Junho, quando o líder comunista do Partido Progressista do Povo Trabalhador apelou a uma ajuda de 17 mil milhões de euros, porque este se opunha à privatização de empresas públicas rentáveis, escreve a AFP.

Eleito para um primeiro mandato em 2008, Cristofias decidiu não se recandidatar e apoiar o candidato independente Stavros Malas cuja derrota não surpreendeu.

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