Direita anti-imigração vence eleições na Suíça

Socialistas e ecologistas perdem deputados. Eleitores mostraram nas urnas a sua preocupação com as questões do asilo e da imigração.

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“As pessoas votaram guiadas pelo medo”, disse uma candidata socialista FABRICE COFFRINI/AFP

A subida dos partidos de direita na Suíça foi confirmada este domingo nas eleições legislativas, com a questão da imigração no topo das preocupações dos eleitores.

Na votação para a câmara baixa do Parlamento, as duas formações de direita ganharam votos e, nalguns casos, assentos parlamentares.

A União Democrática do Centro (UDC), partido populista anti-europeu e anti-imigração que é já o que tem maior representação parlamentar desde 2007, sai reforçada, ocupando um terço dos 200 lugares no Conselho Nacional, segundo uma projecção da agência suíça ATS.

A UDC terá conseguido eleger 11 novos deputados, ficando com um total de 64 representantes. A projecção foi feita com base nos resultados definitivos em 13 cantões e nas projecções feitas para outros 11.

O outro partido de direita, o Partido Liberal Radical, deverá eleger mais cinco deputados (tem 30 no parlamento cessante). O Partido Socialista, segunda formação do país, deverá perder 3 deputados (tinha 46), os Verdes perdem 4 e os Verdes-Liberais perdem 6.

“Infelizmente houve um tema muito dominante na campanha”, lamentou uma candidata socialista, Rebecca Ruiz, referindo-se aos debates sobre refugiados e imigração, temas favoritos da UDC. “As pessoas votaram guiadas pelo medo”, considerou a socialista.

A verdade é que as questões do asilo e da imigração constituem a “primeira prioridade” a ser resolvida para 48% dos inquiridos numa sondagem do instituto Gfs.bern, muito acima das relações com a União Europeia, prioridade apenas para 9% dos inquiridos.

Apesar de a Suíça ter sido, até agora, poupada pela vaga de migratória que assola a Europa, esta questão mobiliza eleitores e políticos.

“Queremos uma imigração controlada. Está fora de questão sobrecarregar as finanças públicas e o orçamento social abrindo as fronteiras, quando tantos jovens aqui vivem com dificuldades”, resumiu Roger Golay, líder do Movimento de Cidadãos de Genebra, uma pequena formação de direita populista.

Apesar desta inquestionável vitória da direita mais radical, a especificidade da democracia suíça continua a ser o multipartidarismo que permite a sete partidos terem representação parlamentar.

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