Dilma vaiada num estádio de futebol

Presidente acusada de gastar dinheiro com o Mundial e os Jogos Olímpicos em vez de investir na educação e na saúde.

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Dilma foi assobiada durante o discurso na inauguração da Taça das Confederações Evaristo Sá/AFP

A Presidente do Brasil, Dilma Roussef, foi vaiada no sábado à noite no Estádio Nacional de Brasília quando inaugurava a Taça das Confederações. À entrada, a chefe de Estado passou por uma pequena manifestação de gente que protestava contra o que considera ser o esbanjamento de dinheiro que deveria ser investido em educação e saúde.

O Brasil organiza o Mundial de futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. Além das infra-estruturas e dos gastos inerentes à concentração de tantos atletas e comitivas, o Governo brasileiro vai investir uma fatia importante da verba destinada a cada um destes espectáculos desportivos em segurança.

A economia brasileira começa a dar sinais de estagnação depois de uma década de crescimento e a inflação subiu para 6,5% ao ano.  

Dilma fez um pequeno discurso a abrir esta competição mas o que disse não pôde ser ouvido devido às vaias do público que lotou o recinto para assistir ao jogo entre o Brasil (que venceu) e o Japão.

O presidente da FIFA, Joseph Blatter, que estava ao lado de Dilma na tribuna do estádio e também fez um discurso oficial, pediu aos adeptos brasileiros que fossem educados: "Amigos do futebol brasileiro, onde está o respeito e o fair play, por favor.

Estava Dilma a entrar no estádio em Brasília e, em São Paulo, cinco mil pessoas gritavam também frases de protesto contra si. Na sua maioria eram estudanets universitários, diz a Reuters, que bloquearam algumas estradas. O protesto nesta cidade dura há oito dias e começou por ser uma manifestação contra o aumento do preço dos transportes públicos - contestação que se estendeu ao Rio de Janeiro, onde foram presas algumas dezenas de pessoas. Houve também detidos em São Paulo e em Porto Alegre.

"A paz acabou, a Turquia é aqui", gritaram alguns manifestantes em São Paulo, explicando que o protesto devido ao preço dos bilhetes dos transportes se tornou uma contestação maior à política económica do Governo.

Uma nova manifestação está marcada para segunda-feira - as anteriores foram reprimidas pelas unidades de intervenção, decorrendo um inquérito para apurar se a polícia usou força excessiva.

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