Detidos seis suspeitos do homicídio de adolescente palestiniano

Jovem foi queimado vivo.

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O funeral de Abu Khdeir juntou muita gente AHMAD GHARABLI/AFP

A polícia israelita deteve neste domingo seis suspeitos do homicídio de um adolescente palestiniano, que foi queimado vivo na quarta-feira.

A notícia das detenções está a ser avançada pela imprensa israelita, um dia depois de responsáveis palestinianos terem informado que o relatório preliminar da autópsia indica que o adolescente tinha fumo nos pulmões, o que significa que estava vivo quando foi queimado. A polícia disse que a vítima foi morta por causa da sua nacionalidade, o que leva a crer que os autores são extremistas israelitas.

Mohammad Abu Khdeir, de 16 anos, terá sido raptado e assassinado no bairro de Chouafat, em Jerusalém Oriental, numa provável represália pela morte de três israelitas na Cisjordânia, raptados e assassinados a tiro.

Estes casos fizeram aumentar os receios de uma escalada de violência no Médio Oriente, o que levou já o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a fazer um apelo à calma.

A notícia de que a vítima teria fumo nos pulmões elevou ainda mais a tensão, com uma série de confrontos em Jerusalém e em cidades árabes israelitas no norte de Israel, com centenas de palestinianos e árabes israelitas a atirarem pedras e cocktails Molotov para a polícia que respondia com gás lacrimogéneo e granadas atordoantes. No sábado foram detidos 22 árabes israelitas mas este domingo a situação parecia estar mais calma.

Um dos casos de detenções foi de um adolescente palestiniano-americano, primo de Khdair. Tariq Khdair, 15 anos, da Florida, terá sido agredido quando foi detido pela polícia na sequência de violência em manifestações após a notícia da morte do seu primo.

Na Faixa de Gaza, continuavam a ser disparados rockets por militantes palestinianos e a aviação israelita levou a cabo novos dez ataques aéreos. 

Responsáveis israelitas ouvidos pelo Ha'aretz dizem esperar que a situação acabe por acalmar. Notam que as cidades da Cisjordânia não se juntaram aos protestos e que apesar da violência, não houve mortos ou feridos que exacerbassem a tensão.


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