Descubra quem é que mais usa brinquedos sexuais no Atlas da Sexualidade

Autores do livro publicado em França são geógrafos.

Foto
A sexualidade está por todo o lado, justificam responsáveis pelo atlas Paulo Pimenta

Em que parte do mundo é que a infidelidade destrói mais relações? Quem é que usa brinquedos sexuais na cama? Ou, mais arrepiante, onde é que a violação de crianças é mais frequente? Um grupo de geógrafos franceses tentam responder a estas questão num livro agora publicado, em França, que é um Atlas Mundial da Sexualidade.

Legislação, estratégias matrimoniais, violência, prostituição... O livro retrata a evolução dos comportamentos sexuais através do mundo, numa compilação de inquéritos, estudos e dados reunidos por geógrafos, numa edição Autrement.

"Para o melhor e para o pior, a sexualidade está por todo o lado. Nos muros das nossas cidades e nos ecrãs", explica Nadine Cattan, directora do Instituto Nacional de Pesquisa. "Neste estudo, queríamos compreender o que se passa pelo mundo inteiro", acrescentou, depois de 18 meses de pesquisa.

O Atlas centra-se sobre temas como a "transição sexual e amorosa" que ocorre na Europa e que se revela no aumento da infidelidade. Usando dados de cinco países e de 1,5 milhões de inscritos no site Gleeden – um espaço virtual de encontros para homens e mulheres casados –, o Atlas classifica, por exemplo, a cidade de Paris como aquela onde a infidelidade mais acontece.

No caso dos infiéis, a maioria revela ter educação superior, 22% trabalha nas áreas da banca, finanças e seguros. Por que razão são infiéis? Pela "necessidade de experimentar o seu poder de sedução", respondem.

Pornografia dos Estados Unidos e Rússia
O Atlas explora os meandros dos hábitos sexuais, a sua frequência e grau de satisfação. Na Grécia, Polónia e Brasil cerca de 80% da população considera que o sexo é importante. Os números caem para 38% no Japão e na Tailândia.

Na Europa, os britânicos, noruegueses e suecos são os que mais gostam de usar brinquedos sexuais, ao passo que os países do sul revelam um interesse relativo.

O Atlas dá ainda conta das estatísticas da prostituição, violência sexual, discriminação e abuso de menores. Por exemplo, a Suécia – país com a fama da igualdade de géneros – é o onde se registaram mais queixas de violação: 53,2 por 100 mil habitantes, em 2008. Talvez porque neste país a definição jurídica do que é violação é mais abrangente do que noutros estados, aponta o estudo. Na Europa, apenas 14% das queixas por violação levam a uma condenação do violador, apontam as Nações Unidas.

Há países que têm medidas de prevenção do assédio sexual como as linhas de autocarros reservadas só para mulheres que existem no México, em algumas cidades brasileiras, egípcias e japonesas. Ou os comboios só para mulheres na Índia.

O recorde de abusos sexuais de menores pertence à Irlanda, segundo dados de 2008.

A prostituição e a pornografia também foram objecto de estudo dos geógrafos que revelam que 98% da pornografia vem dos Estados Unidos e da Rússia. A Hungria e a República Checa vêm logo a seguir.

Por sua vez, o negócio do sexo tem consequências insólitas: provoca danos na biodiversidade, uma vez que os afrodisíacos são fabricados à base de produtos naturais e de animais. Os rinocerontes são dos mais afectados devido à crença que os seus cornos, quando transformados em pó, são um potente afrodisíaco. Recorde-se que a matança destes animais e o roubo dos seus chifres em museus na Europa e em África revelam o poder que esta crença tem e o quanto as pessoas estão dispostas a arriscar para os obter.

Sugerir correcção
Comentar