De Dickens a Churchill, arquivo online revela testamentos de figuras históricas

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Winston Churchill (1874-1965) DR

O escritor George Orwell (1903-1950) pediu especificamente que todos os seus manuscritos fossem preservados. Já o economista John Keynes(1883-1946) insistiu para que a maior parte dos seus documentos pessoais fossem destruídos. Alan Alexander Milne (1882-1956), autor das aventuras do célebre urso Winnie-The-Pooh, ofereceu parte dos rendimentos dos seus livros ao seu clube favorito em Londres e a uma escola em Westminster.

Estes e outros desejos, expressos em testamentos até agora de difícil acesso, estão agora disponíveis online, para consulta pública. Por pouco mais de 10 euros é ainda possível pedir uma cópia electrónica do documento.

Numa nota oficial, divulgada este sábado, o governo britânico anunciou a digitalização de um arquivo de 41 milhões de testamentos registados em Inglaterra e no País de Gales, que remontam a 1858. A base de dados está disponível para consulta pública, sendo também possível utilizá-la para encontrar antepassados, algo que já era facilitado por um outro portal criado em 2010 no Reino Unido, o ancestry.co.uk , que listava já seis milhões de testamentos do início do séc.XX.

Da gigante lista agora disponibilizada fazem parte nomes como o de Winston Churchill (1874-1965), primeiro-ministro britânico durante a 2ª Guerra Mundial; Alan Turing (1912-1954), matemático brilhante que decifrou o Enigma, um código usado pelos nazis; John Keynes (1883-1946), economista cujos ideais ajudaram a fundar a macroeconomia moderna; ou, recuando ainda mais no tempo, Charles Dickens (1812-1879), o mais popular dos romancistas ingleses da era vitoriana. No seu testamento, Dickens ditou, por exemplo, que não haveria monumentos em sua homenagem após a sua morte, mas antes a valorização do seu trabalho. Quando morreu deixou 80 mil libras, cerca de 100 mil euros.

“Este projecto fascinante dá-nos acesso às pessoas comuns e às pessoas extraordinárias que ajudaram a construir este país e o resto do mundo”, afirma Shailesh Vara, oficial do Ministério da Justiça britânico, na nota divulgada este sábado. “É um recurso fantástico, não só para os historiadores de família, mas para qualquer pessoa que tenha interesse na história social e em figuras famosas”, explicou. A pesquisa pode ser feita remotamente, sem que haja necessidade de um pedido ou visita especiais para fazer a pesquisa nos arquivos. A previsão é de que o envio electrónico dos documentos seja feito em 10 dias úteis. No ano passado, o mesmo departamento tornou acessíveis os testamentos de soldados britânicos, datados de 1850 até 1986. Desde então o site teve mais de 2 milhões de visitas.

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