Costa Concordia já mexe, mas operação para endireitar o navio decorre muito lentamente

Centenas de pessoas participam no resgate inédito de um navio destas dimensões.

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Nesta imagem, é possível ver a linha de ferrugem já à superfície Tony Gentile/Reuters
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A "sala de comando" VINCENZO PINTO/AFP
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O barco será levantado com a ajuda de enormes cabos até ao momento em que será a força da gravidade a fazer o seu trabalho AFP PHOTO / VINCENZO PINTO
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Os jornalistas seguem o resgate a partir da pequena localidade de Giglio ANDREAS SOLARO/AFP
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O navio de cruzeiro Costa Concordia, encalhado há 20 meses na ilha toscana de Giglio, já começou a ser endireitado, numa complexa e inédita operação de resgaste. Por volta das 11h00 desta segunda-feira, duas horas depois do início dos trabalhos, já era possível vislumbrar um metro de casco enferrujado que emergiu da água.

Segundo Marcelo Luschi, um engenheiro do observatório ambiental, “a fase crítica de separar o navio das rochas já foi ultrapassada”, mesmo que, a olho nu, o navio pareça estar exactamente como estava no início dos trabalhos. A operação para pôr na vertical o gigantesco navio deveria durar cerca de 12 horas, mas a meio da tarde percebeu-se que seriam necessárias mais horas.

Cerca de 500 pessoas estão a participar nesta operação, uma estreia mundial para um navio deste tamanho – 114 mil toneladas, 290 metros de comprimento, 35 metros de largura, 57 metros de altura –, sob a direcção do perito sul-africano em resgates de navios Nick Sloane.

O navio, que está completamente deitado sobre o flanco direito, foi estabilizado graças a centenas de sacos de cimento colocados por mergulhadores no fundo do mar, e por uma plataforma do tamanho de um campo de futebol que foi fixada e se encontra debaixo de água, e na qual vão repousar os blocos colocados no flanco esquerdo do navio assim que este estiver na vertical.

O barco será levantado com a ajuda de enormes cabos até ao momento em que será a força da gravidade a fazer o seu trabalho. Quando o Concordia estiver direito, serão imediatamente colocados contrapesos flutuantes no seu flanco direito, para equilibrar o barco, de modo a que este não se deite para o outro lado.

A rotação está a ser gerida à distância, numa “sala de comando”, por 12 pessoas, cada uma frente a um computador com uma tarefa distinta a desempenhar. A plataforma flutuante onde estes se encontram está ligada ao navio por dois “cordões umbilicais” (um principal e um suplente).

“Endireitar o Concordia representa o menor risco”, garantiu no domingo o chefe da protecção civil Franco Gabrielli, igualmente comissário especial do Governo para a gestão do caso Concordia. “A nossa principal preocupação relaciona-se com eventuais problemas de natureza ambiental”, disse Gabrielli, citado pela AFP. À volta do navio foram colocadas barreiras marinhas flutuantes antipoluição e está também previsto um dispositivo para bombear líquidos tóxicos que possam sair do navio durante a operação.

“Estamos a retirar amostras da água do mar a 50 cm e a um metro de profundidade com regularidade. Não estamos à espera de valores alarmantes em termos de concentração tóxica, mas sim de algumas perturbações temporárias do ambiente marinho”, disse à AFP Marcello Mossa Verre, um responsável da agência regional de controlo ambiental.

O Costa Concordia naufragou a 13 de Janeiro de 2012 e no acidente morreram 32 pessoas.
 

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