Correspondente do Washington Post no Irão condenado a pena de prisão

Jason Rezaian, iraniano-americano de 39 anos, foi preso em Julho de 2014 e acusado de “espionagem” e “colaboração com governos hostis”.

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AFP

O correspondente do jornal Washington Post no Irão foi condenado a uma pena de prisão – anunciou este domingo o porta-voz da autoridade judicial do país, sem precisar a duração.

“O veredicto inclui uma pena de prisão”, declarou o porta-voz, Gholamhossein Mohseni Ejeie, citado pela agência oficial Irna, que disse não poder “anunciar detalhes”. A 11 de Outubro, a mesma fonte tinha anunciado que já havia veredicto mas ficara-se por aí.

Jason Rezaian, iraniano-americano de 39 anos, foi preso em Julho de 2014 na sua casa, em Teerão, acusado de “espionagem” e “colaboração com governos hostis”. Tinha começado dois anos antes a trabalhar para o diário norte-americano.

O jornalista foi condenado pelo tribunal revolucionário de Teerão, um tribunal especial que julga casos políticos ou que envolvam questões de segurança nacional. Incorre, segundo a AFP, numa pena de até 20 anos de prisão.

Em Washington, John Kirby, porta-voz do Departamento de Estado, disse estar ao corrente do caso de Rezaian mas não poder confirmar a informação.

 Num comunicado, o chefe do serviço Internacional do Washington Post, Douglas Jehl, disse “estar ao corrente das informações dos media iranianos” mas não saber mais do que isso.

“Cada dia que Jason passa na prisão é uma injustiça” porque “ele não fez nada de mal”, disse também Jehl, acrescentando que após “488 dias de prisão, o Irão não apresentou uma única prova” das acusações que lhe foram feitas.

“O seu processo e a sua condenação são um simulacro e ele deve ser libertado imediatamente”, concluiu.

O caso de Jason Rezaian é um assunto sensível nas relações entre os EUA e o Irão.  A 17 de Outubro, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Javad Zarif, disse querer “resolver o assunto do ponto de vista humanitário” mas que “as acusações são graves”.

Antes disso, em Setembro, recorda a AFP, o presidente, Hassan Rohani, declarou que o seu país estava disposto a uma troca de prisioneiros detidos nos EUA por norte-americanos na cadeia no Irão. Entre estes seria incluído Jason Rezaian. Essa possibilidade foi também, segundo a Reuters, admitida pelo presidente do Parlamento, Ali Larijani, um dirigente considerado influente.

Dois outros norte-americanos – o pastor cristão Saeed Adedini e um antigo sargento dos marines, Amir Hekmati – estão também presos no Irão. Robert Levinson, um investigador privado foi dado como dado como desaparecido no país em 2007. Anos depois, a imprensa dos EUA noticiou que trabalhava para a CIA.

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