Foi detida a mãe de sete das oito crianças encontradas mortas na Austrália

Menores tinham entre 18 meses e 15 anos. Mãe de sete deles é a suspeita de ter cometido os crimes.

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Ao chegar à residência, os agentes depararam-se com um cenário “extremamente perturbante” Isaac Egan/Cortesia da ABC/AFP

Oito crianças da mesma família foram encontradas mortas, aparentemente esfaqueadas, numa casa em Cairns, cidade no estado australiano de Queensland (nordeste). A mãe de sete dos menores e tia do oitavo foi detida nesta sexta-feira à noite, anunciou a polícia australiana.

As crianças tinham entre 18 meses e 15 anos.

A macabra descoberta foi feita pouco antes do meio-dia (2h de quinta-feira em Portugal) quando a polícia foi chamada a uma casa num subúrbio da cidade com a informação de que uma mulher tinha sido ferida com gravidade. Quando investigavam o local, os agentes encontraram os corpos das crianças, numa cena que o responsável pela investigação, o inspector Bruno Asnicar, descreveu como “extremamente perturbante”.

Segundo a imprensa australiana, o alerta foi dado por um rapaz de 20 anos, irmão de sete das crianças, que terá chegado a casa ao final da manhã.

A mulher detida tem 37 anos e estava lúcida, quando foi encontrada na casa, com ferimentos.

“A mãe de várias das crianças envolvidas neste incidente, de 37 anos, foi detida por suspeita de homicídio e está sob vigilância policial no hospital, “revelou o inspector Bruno Asnicar, que inicialmente tinha declinado confirmar o envolvimento da mulher.

O crime acontece num momento em que a Austrália digere ainda o sequestro de 17 pessoas num café de Sydney, protagonizado por um refugiado iraniano a contas com a justiça e que no passado tinha assumido posições extremistas. Após 16 horas de impasse, dois reféns e o sequestrador morreram quando a polícia entrou no local, alegadamente em resposta a disparos no interior.

Reagindo à morte das crianças em Cairns, cidade próxima da Grande Barreira de Coral, uma das maiores atracções turísticas da Austrália, o primeiro-ministro Tony Abbott reconheceu que o país vive “dias difíceis”. “Todos os pais sentirão uma tristeza profunda com aquilo que aconteceu. Trata-se de um crime indescritível”, afirmou o líder conservador.

O local do crime foi vedado e a propriedade está a ser passada a pente fino por peritos forenses. Peritos criminais foram enviados pela polícia de Brisbane, a capital estadual, para apoiar as autoridades locais na investigação. A família vivia numa zona problemática do subúrbio de Manoora, mas pertencia à minoria nativa das ilhas do Estreito de Torres, onde eram bem conhecidos da comunidade, disse à filial australiana da Sky News um responsável local.

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